Novembro de 2019 está terminando com a notícia do banimento para sempre do futebol do terceiro ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o que representa vergonha para a história que vários jogadores de renome, campeões do mundo ou não, construíram ao longo dos anos. É a imagem negativa do futebol do Brasil no mundo.

CORRUPTOS – José Maria Marin, paulistano de 87 anos; Marco Polo Del Nero, paulistano de 78 anos, e Ricardo Terra Teixeira, mineiro de 72 anos, banidos pelo Comitê de Ética da FIFA, pelo mesmo motivo: corrupção. Os três, envolvidos em receber propinas, para facilitar às agências de marketing esportivo na organização de torneios de futebol.

ÚNICO PRESO – Marin, o mais velho, é o único preso, condenado em agosto de 2018 pela Corte Federal do Brooklin, em Nova York, por receber o equivalente a R$23 milhões. Em troca, facilitava a liberação de contratos para transmissões de televisão e ações de marketing na Copa Libertadores e na Copa América, manobras idênticas às de Del Nero e Teixeira.

SETE CRIMES – Del Nero passou a ser alvo do FBI – a Polícia Federal dos Estados Unidos -, em 2015, e foi indiciado pela justiça americana em sete crimes: três por fraude, três por lavagem de dinheiro e um por fazer parte de organização criminosa. Jota Hawilla – 1943 – 2018 -, dono da Traffic, revelou, antes de morrer, ter pago 7 milhões de dólares a Del Nero.

PROGRESSÃO – Alejandro Burzaco, argentino de 55 anos, dono da Torneos, empresa de marketing esportivo em Buenos Aires, revelou que em 2012, quando Ricardo Teixeira deixou a presidência, Marin e Del Nero continuaram a receber propina de 600 mil dólares, e que Del Nero pediu aumento para 900 mil, e depois para 1 milhão e 200 mil dólares.

GOELA LARGA – O marqueteiro argentino disse também que Del Nero, ao pedir aumento para 1.200 mil dólares, solicitou que só passasse a valer a partir de junho, quando assumiria, porque assim não teria que dividir com Marin. Preso em 2013, J.Hawilla grampeou várias conversas com Marin e Del Nero, repassando tudo à polícia americana.

32 MILHÕES – Ao anunciar ontem (29) o banimento perpétuo de Ricardo Teixeira, o Comitê de Ética da FIFA revelou que o presidente da CBF, em cinco mandatos consecutivos, de 1989 a 2012, recebeu subornos de mais de R$32 milhões. Nem mesmo com a inteligência e a competência que herdou do pai, o advogado Michel Assef Filho será capaz de mudar a decisão, no recurso que vai interpor no Comitê de Apelação da FIFA.

ROMÁRIO – Artilheiro da seleção, Romário tornou-se desafeto de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, na conquista da Copa de 94, desencadeando forte campanha contra o então dirigente, que se apegou a políticos aliados para evitar a ida à CPI do Senado.

APÓS MANDATO de deputado federal, Romário foi eleito senador em 5 de outubro de 2014, com 4.683.963 votos. Ao saber da decisão de ontem (29), o ex-atacante comentou: “O esporte é grato à FIFA por ter banido Ricardo Teixeira do futebol para sempre”.

Foto: A Tribuna do Norte