Escolha uma Página

O Botafogo inicia outubro tentando evitar o terceiro rebaixamento, como aconteceu em 2002 – último dos 26, com 25 pontos em 25 jogos, 6 vitórias -, e em 2014 – penúltimo dos 20, com 34 pontos em 38 jogos, 9 vitórias -, e agora em situação ainda mais desanimadora em 2020 – penúltimo com 11 pontos em 12 jogos, só 1 vitória -, recorde de 8 empates e sem vitória nos últimos nove jogos. No lugar-comum do futebol, a troca do técnico é a primeira solução, como se fosse o único problema.

A TROCA – A saída de Paulo Autuori, de 64 anos, anunciada neste 1 de outubro, contrasta com o que deveria ser uma celebração dos 25 anos do último título de campeão brasileiro, que o técnico ganhou em 1995. O Botafogo passa o comando a Bruno Lazaroni, de 40 anos, ex-meia, figurante dos elencos do Flamengo, vencedor da Taça Guanabara, Copa Mercosul e do Campeonato Carioca de 99, e do Vasco, que ganhou a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca de 2003, como suas principais referências.

ELENCO – A situação de hoje se assemelha muito às dos primeiros rebaixamentos, com a agravante de que o elenco atual é inferior aos que caíram para a Série B em 2002, mesmo com quatro trocas de técnicos. Faz só seis anos, mas é bom lembrar que, em 2014, no segundo rebaixamento, o Botafogo já convivia com situações incômodas, tipo salários atrasados, protestos violentos e até invasão de campo durante os treinos, com jogadores sobressaltados, sob ameaça de agressão.

BEM FRACO – Quem diz que o elenco atual do Botafogo é fraco, incompatível com o histórico do clube, são os números. Uma escassa vitória, menos de um ponto ganho por jogo e menos de um gol marcado por jogo, que campanha é essa? Penúltimo, só dois pontos acima do último; saldo negativo de três gols, nada a ver com o Botafogo dos bons tempos. Faltam 26 rodadas, 78 pontos por disputar, e há tempo. O Botafogo não depende de ajuda de ninguém, só da sua própria competência para sair dessa.

LEMBRANDO – Em 2002, um ano antes do início dos pontos corridos, e com 26 times, o Botafogo sofreu o primeiro rebaixamento como último colocado, com 25 pontos em 25 jogos: perdeu 12, empatou 7, ganhou 6, saldo negativo de 15 gols (24 a 39). O São Paulo foi campeão, São Caetano vice e Corinthians terceiro. O melhor do Rio foi o Fluminense, em sétimo; o Vasco, décimo quinto, e o Flamengo, décimo oitavo.

HÁ SEIS ANOS – Em 2014, no décimo primeiro Brasileiro por pontos corridos, e com 20 equipes, o Botafogo foi rebaixado em penúltimo, com 34 pontos em 38 jogos: perdeu 22, empatou 7, ganhou 9, saldo negativo de 17 gols (31 a 48). O último foi o Criciúma, com 32 pontos. Cruzeiro, campeão com 80 pontos; São Paulo, 70; Internacional e Corinthians, 69. O Fluminense foi o melhor do Rio, em sexto; o Flamengo, décimo; o Vasco foi terceiro da Série B e voltou à Série A em 2015.

PAULO AUTUORI – “Ser persistente é uma coisa; ser teimoso, outra bem diferente” – assim pensa Paulo Autuori, após oito meses de trabalho, na sexta volta ao comando do  futebol do Botafogo, que dirigiu pela primeira vez em 86. Não foi campeão no Flamengo (98), no Vasco (2013) nem no Fluminense, só diretor-executivo (2017). Tanto pelo trabalho quanto pela postura, tenho admiração pelo profissional Paulo Autuori, assim como pelo retrospecto de sua vitoriosa carreira como técnico.

BEM-SUCEDIDO – 1994 – Sporting Cristal, campeão peruano. 1995 – Botafogo, campeão brasileiro. 1997 – Cruzeiro, campeão mineiro e da Libertadores. 2001 – Alianza Lima, campeão peruano. 2002 – Sporting Cristal, campeão peruano. 2005 – São Paulo, campeão da Libertadores e Mundial de clubes. 2010, 11 e 13 – Al-Rayyan, campeão da Copa do Qatar. 2016 – Athletico, campeão paranaense. 2018 – Ludogorets, Supercopa da Bulgária, título mais recente de Autuori.

Foto: O Popular