Um dia depois de o Uruguai, maior vencedor com 15 títulos, ter feito 4 x 0 no Equador, o Chile, atual bicampeão, repetiu o placar sobre o Japão, na estreia na noite de ontem (17), no estádio do Morumbi, tendo em Eduardo Vargas o destaque com dois gols, que o deixa junto na artilharia com Phillippe Coutinho, que também fez dois na estreia do Brasil. Nas duas últimas edições que o Chile ganhou, Vargas foi o artilheiro da Copa América, com quatro gols em 2015 e com seis gols em 2016, quando ganhou o prêmio de melhor jogador. Detalhe: nos 4 x 0 no Japão, o Chile marcou três gols no segundo tempo, e nos 4 x 0 no Equador, o Uruguai fez três gols no primeiro tempo.

EDUARDO VARGAS, 29 anos, 1,75m, destro, é de Renca, ponto mais alto (905 metros) da região noroeste da capital Santiago, mas começou na base do Cobreloa, em 2003, e depois de se profissionalizar foi vendido em 2012 ao Napoli, que o emprestou em 2013 ao Grêmio – 11 gols em 37 jogos -, e seu clube atual é o Tigres, do México. Na seleção, Vargas atua desde 2009 e completou 87 jogos, com 41 gols, com os dois, o segundo e o quarto, que marcou no Japão.

ALEXIS SANCHEZ – 30 anos, 1,70m, destro, iniciou em 2004 na base do Cobreloa, tornando-se profissional em 2005. Atuou por empréstimo no Colo-Colo e River Plate, e entrou na Europa pelo Udinese. De 2011 a 2014, fez 47 gols em 141 jogos pelo Barcelona. Foi do Arsenal de Londres de 2014 a 2018 – 80 gols em 166 jogos – e desde 2018 é do Manchester United, onde perdeu espaço pelo baixo rendimento, com apenas cinco gols em 45 jogos.

ERICK PULGAR – O autor do primeiro gol nos 4 x 0 sobre o Japão, é de Antofagasta, movimentada cidade portuária do norte do Chile, a 1.110 km da capital Santiago. Pulgar, de 25 anos, é o mais alto da seleção (1,88m), em que brilha desde 2015-16, quando participou do bi da Copa América Centenário. Versátil, joga na zaga e no meio-campo, posições em que também tem se alternado no Bologna, décimo do Campeonato Italiano 2018-19.

A GOLEADA – Apesar do amplo domínio, o Chile só conseguiu 1 x 0 no primeiro tempo e aos 41 minutos, quando Pulgar, com excelente impulsão, completou de cabeça, pouco antes da linha da pequena área, o escanteio que o meia Aranguiz bateu da direita. Os chilenos reduziram o espaço do Japão, mas ainda assim o atacante Akiko Ueda perdeu na pequena área o gol de empate aos 44. Kubo, o mais jovem japonês, só fez uma jogada de efeito com dois dribles e depois uma finalização para fora.

NA VOLTA do intervalo, a seleção começou apertando em ritmo mais veloz e fez 2 x 0 aos 9 minutos, com o chute de Eduardo Vargas, da entrada da área, após cruzamento do lateral Isla. Três minutos depois, outra vez Akiko Ueda voltou a perder gol na pequena área, em lançamento do capitão Shibasaki. O terceiro gol foi de Alexis Sanchez, de cabeça, aos 36, após cruzamento de canhota de Aranguiz, e Eduardo Vargas, aos 38, fechou a goleada ao encobrir o goleiro, que saiu da área para tentar evitar. 

BOA ESTREIA – Reinaldo Rueda, técnico colombiano de 62 anos, dirigiu o Chile no primeiro jogo oficial, após 13 amistosos de preparação para a Copa América, desde 2018, com 5 vitórias, 4 empates, 4 derrotas. Bom lembrar: Rueda comandou o Flamengo em 31 jogos em 2017, com 13 vitórias, 10 empates, 8 derrotas. Ele substituiu Juan Carlos Osório, ex-São Paulo, que saiu por proposta mais vantajosa do México.

CHILE – Arias, Isla, Medel, Maripan e Beausejour; Pulgar, Aranguiz e Arturo Vidal (Pablo Hernandez, 32 do segundo tempo); Fuenzalida (Opazo, 34 do segundo tempo), Eduardo Vargas e Alexis Sanchez (Junior Fernandez, 42 do segundo tempo). A média de idade da seleção chilena é de 28,6 anos. O próximo jogo do Chile será com o Equador, sexta (21), na Arena Fonte Nova, em Salvador.

OLIMPÍADAS – O técnico da seleção japonesa, Hajime Moriyasu, de 50 anos,  está utilizando a Copa América como preparação para os Jogos Olímpicos de 2020, que o Japão volta a sediar depois de 56 anos, quando promoveu os de 1964. Ele foi um dos grandes volantes do Sanfrecce Hiroshima, que defendeu de 87 a 2001, com 34 gols em 271 jogos. Em 35 jogos pela seleção, ganhou a Copa da Ásia em 92, e depois começou como técnico dos sub-19, 20 e 23.

JAPÃO – Yuya Osako, Hara, Naomichi Ueda, Tomiyasu e Sugioka; Nakayama, Shibasaki, Kubo e Maeda (Miyoshi, 20 do segundo tempo); Nakajima (Abe, 20 do segundo tempo) e Akiko Ueda (Okazaki, 34 do segundo tempo). A média de idade do Japão – seleção mais jovem da Copa América 2019 – é de 22,3 anos. O próximo jogo do Japão será com o Uruguai, quinta (20), na Arena Grêmio, em Porto Alegre.

TRÊS CARTÕES – Chile 4 x 0 Japão teve arbitragem tranquila de Mario Diaz de Vivar, de 35 anos, desde 2013 na Fifa e professor de Educação Fisica em Assunção, capital do Paraguai. No primeiro tempo, um cartão amarelo para o lateral Hara, por falta em Alexis Sanchez, aos 18. No segundo tempo, o segundo cartão para o apoiador Nakayama, por falta em Alexis Sanchez, e o único do Chile para o atacante Opazo, por falta em Hara, aos 46 minutos.R$4.705.020,00. 23.253 pagantes no Morumbi.

Foto: Reuters / Ueslei Marcelino