Cristiano Ronaldo saiu de campo chorando na noite desta quarta (19), ao ser expulso pela primeira vez em 154 jogos na Liga dos Campeões da Europa, que ganhou quatro vezes como maior artilheiro da história do Real Madrid – 450 gols em 438 jogos de 2009 a 2018 -, em sua estreia no torneio pela Juventus, ganhadora dos últimos sete Campeonatos Italianos. Ele foi expulso aos 29 minutos pelo árbitro alemão Felix Brych, após agredir o zagueiro colombiano Murillo, do Valencia.

CRISTIANO RONALDO jamais poderá esquecer o jogo mais triste de sua carreira, três dias depois de ter marcado os dois primeiros gols com a camisa da Juventus, na vitória (2 x 1) sobre o Sassuolo, que manteve o time na liderança isolada do campeonato com 100% de aproveitamento (4 jogos, 4 vitórias). O árbitro alemão expulsou Cristiano Ronaldo, após ouvir seu assistente, que confirmou: o atacante deu um tapa no zagueiro Murillo e o puxou pelo cabelo quando estava caído.

CARTÃO MAIS RÁPIDO – Felix Brych, 43 anos, árbitro da Associação da Baviera, sul da Alemanha, é da FIFA desde 2007 e apitou na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Nascido em 3 de agosto de 75, em Munique, é advogado de muito conceito na principal cidade do sul do país. Aplicou o cartão vermelho mais rápido da história do Campeonato Alemão, ao expulsar o meia Kuntz, do Colônia, aos 87 segundos do jogo que perdeu (3 x 1) para o Kaiserlautern. Foi também o árbitro da final da Liga dos Campeões 2016-2017 em que o Real Madrid, na penúltima temporada de Cristiano Ronaldo, ganhou (4 x 1) da Juventus.

GOLS DE PÊNALTI – Mesmo com a expulsão de Cristiano Ronaldo aos 29, a Juventus foi superior ao Valencia e marcou um gol em cada tempo, ambos convertidos pelo meia bósnio Miralém Pjanic, 28 anos, 1,80m, que completou 95 jogos e 18 gols, desde 2016, após cinco temporadas na Roma. Pjanic converteu o primeiro aos 45 minutos – pênalti do volante espanhol Parejo no lateral português João Cancelo -, sem chance de defesa para o goleiro Neto, da seleção brasileira.

O segundo pênalti, aos seis do segundo tempo, foi do zagueiro Murillo, agarrando o zagueiro Leonardo Bonucci após escanteio. Pjanic repetiu a cobrança, à meia altura no canto direito, e o goleiro Neto voltou a acertar o lado, sem chegar na bola. Pjanic foi o sexto a bater os últimos sete pênaltis, todos convertidos, de acordo com o rodízio do técnico Massimiliano Allegri, que não gosta de cobrador fixo de pênaltis e de faltas.

TERCEIRO PÊNALTI – Com acerto, o árbitro alemão marcou o terceiro pênalti, no último minuto dos acréscimos de sete – falta de Daniele Rugani no zagueiro brasileiro Gabriel Paulista – e o goleiro polonês Wojciech Szczesny, 28 anos, 1,96m, na Juventus desde 2017, fez boa defesa. O goleiro nasceu na capital Varsóvia de onde saiu em 2009 para o Arsenal, de Londres. Ele renovou contrato até 2022, com salário mensal equivalente a cinco milhões de reais.

RECORDISTA – Não causou surpresa aos observadores a expulsão de Cristiano Ronaldo, devido ao histórico da Juventus, time com o maior número de cartões vermelhos (26) na Liga dos Campeões. Além da expulsão, a Juventus só teve mais um com cartão, o lateral-esquerdo Alex Sandro, da seleção brasileira, aos 14 do segundo tempo, após falta dura no meia espanhol Carlos Soler, 30 anos. 

DOUGLAS COSTA – O atacante da seleção brasileira, suspenso dos próximos quatro jogos do Campeonato Italiano, pela cusparada na cara de Di Francesco, no jogo do último domingo (16) com o Sassuolo, teve nova chance esta noite. Ele entrou aos 22 do segundo tempo, no lugar de Pjanic, autor dos gols, mas foi substituído aos 44 pelo zagueiro italiano Daniele Rugani. 

SEM BRILHO – Enquanto na Juventus atuaram dois brasileiros – Alex Sandro e Douglas Costa -, no Valencia jogaram três, o goleiro Neto, reserva da seleção, escalado no último amistoso com El Salvador; o zagueiro Douglas Paulista, que foi do Arsenal, e o atacante carioca Rodrigo Moreno, naturalizado espanhol, todos sem nenhum destaque no jogo desta noite. Na segunda rodada, dia 2 de outubro, a Juventus jogará em Turim com o Young Boys (Suíça), que estreou hoje (19) perdendo (3 x 0) em casa para o Manchester United, do técnico português José Mourinho.

PRIMEIRA VEZ – Valencia 0 x 2 Juventus, diante de 55 mil torcedores no estádio Mestalla, em Valencia, terceira cidade espanhola, foi o primeiro jogo da história dos dois times na Liga dos Campeões e o oitavo da Juventus com um time da Espanha.

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