Tão importante quanto os dois gols da virada histórica em quatro minutos, foi a mudança de postura do Flamengo para ganhar do River e voltar a ser campeão da Libertadores, depois de 38 anos. Foi o Flamengo igual ao das quatro viradas do Brasileirão, em que também, com todos os méritos, já pode ser considerado campeão de 2019.

BEM DIFERENTE – O Flamengo que voltou do intervalo foi bem diferente do que saiu perdendo com a falha de Arão e Gerson, que Arrascaeta ainda tentou evitar, mas não conseguiu impedir que o colombiano Rafael Borré fizesse o gol, com chute rasteiro no canto esquerdo, após o cruzamento de Montiel, que envolveu Filipe Luis.

MAIS OBJETIVO – O Flamengo deu um chute em gol no primeiro tempo, com a finalização de Bruno Henrique, aos nove minutos, passando longe do goleiro. O primeiro chute de Gabriel foi aos dois minutos do segundo tempo, mas a melhore chance de um time bem mais objetivo foi a de Everton Ribeiro, de pé direito, aos 12, que o goleiro defendeu.

A MUDANÇA – A primeira troca no time, aos 21 do segundo tempo, foi que promoveu toda a mudança de rendimento, com a saída do apático Gerson e a entrada do dinâmico Diego. Suas iniciativas foram sempre verticais, diretas, objetivas e passaram por seus pés as jogadas concluídas com as finalizações de Gabriel, até então também muito apagado.

foto: FlamengoRJ

TOQUE FINAL – Saber se posicionar e fazer a leitura do jogo, são méritos inerentes à função de um goleador. Gabriel empatou aos 43, depois da assistência de Arrascaeta, e fez a virada aos 47, recebendo um presente de cabeça do zagueiro Pinola, que o deixou livre para o chute rasteiro, que o goleiro não conseguiu evitar.

OS CAMPEÕES – Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luis; Arão (Vitinho, 41 do segundo tempo), Gerson (Diego, 21 do segundo tempo), Everton (cap) e Arrascaeta (Piris da Mota, 50 do segundo tempo); Gabriel e Bruno Henrique. Técnico – Jorge Jesus.

RIVER PLATE – Franco Armani, Montiel, Martinez Quarta, Javier Pinola (cap) e Milton Casco (Paulo Diaz, 31 do segundo tempo); Nacho Fernandez (Julian Alvarez, 27 do segundo tempo), Enzo Perez, Palacios e De La Cruz; Matias Suarez e Borré (Lucas Pratto, 29 do segundo tempo). Técnico – Marcelo Gallardo.

SORTEIO – Javier Pinola, capitão do River, ganhou o sorteio e escolheu o campo. A saída foi do Flamengo. Antes do jogo, o meia Enzo Perez foi à beira do campo e trocou beijos com Jorge Jesus. A primeira falta foi de Bruno Henrique no goleiro aos quatro minutos. Rodrigo Caio sangrou e saiu de campo aos cinco, após choque de cabeça com Palacios.

CHOQUE – O segundo cabeça com cabeça foi aos 40, quando De La Cruz e Rafinha subiram pela bola e o lateral ficou com um galo no rosto. O River ficou dois minutos esperando o Flamengo voltar do intervalo e o árbitro, demonstrando certa impaciência, já havia pedido ao assistente para apressar o retorno dos rubro-negros.

EXPULSÕES – Arbitragem segura do chileno Roberto Tobar, aplicando sempre bem a lei da vantagem, e acertando na expulsão, nos minutos finais, de Palacios, que atingiu Bruno Henrique, caído, com o joelho, e de Gabriel, que reclamou e já havia sido advertido com cartão amarelo por tirar a camisa para comemorar o segundo gol.

SEIS AMARELOS – Os dois do primeiro tempo foram para os do River: Milton Casco, aos 29, por falta em Rafinha, e Matias Suarez, aos 47, por falta em Pablo Marí. Os quatro amarelos do segundo tempo foram para Pablo Marí, aos 9, por puxar Borré pela camisa; Enzo Perez, aos 30, por falta em Bruno Henrique; Rafinha, aos 35, por falta em Lucas Prato, e Gabriel, aos 49, por tirar a camisa para comemorar o segundo gol.

Foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP