Escolha uma Página

Dirigido pelo vitorioso técnico carioca Abel Braga, que faz parte do grupo seleto de técnicos campeões da Libertadores e do Mundial de clubes, no mesmo ano, o Internacional assumiu a liderança do Brasileiro 2020, com 59 pontos, mais vitórias (17) e o ataque mais positivo (53), ao impor na noite de ontem (20) a maior goleada (5 x 1) que o São Paulo sofreu no Morumbi, desde a inauguração do estádio, na tarde do domingo, 2 de outubro de 1960, diante de 65 mil torcedores.

A SÉTIMA – O Internacional chegou à sétima vitória consecutiva, superando suas marcas de cinco vitórias, obtidas em 2006 e 2014, quando Abel Braga também era o técnico. A série de 2020 começou na virada (2 x 1) sobre o Botafogo, domingo, 12 de dezembro, na Arena Beira Rio, e teve sequência assim: 2 x 0 no Palmeiras, 2 x 1 no Bahia, 2 x 0 no Ceará, 1 x 0 no Goiás, 4 x 2 no Fortaleza e 5 x 1 no São Paulo, envolvido do início ao fim pelo Internacional, que fez 2 x 0, antes dos 25 minutos.

UM SHOW – Impondo-se com muita autoridade, o Internacional pressionou o São Paulo desde o início, como se fosse o mandante, e fez 1 x 0 logo aos 8 minutos, com o gol de cabeça do zagueiro argentino Victor Cuesta, de 32 anos, 1,87m, após cruzamento do lateral Moisés. Aos 24, com assistência de Yuri Alberto, que seria o destaque do segundo tempo e do jogo, Caio Vidal marcou o segundo gol, e Luciano, aos 36, com assistência do lateral espanhol Juanfran, fez o gol do São Paulo.

TRÊS EM OITO – O São Paulo voltou do intervalo ainda mais disposto e conseguiu a goleada com o primeiro hat-trick de Yuri Alberto, de 19 anos, paulista de São José dos Campos. Ele marcou os três gols em apenas oito minutos: aos 15, olhando para um lado e tocando a bola do lado oposto do goleiro; aos 21, driblando o goleiro, após lançamento preciso de Peglow, e aos 23, com chute rasteiro de canhota muito bem colocado, consumando a maior goleada que o São Paulo já sofreu no Morumbi.

A CORREÇÃO – Desde que Abel Braga substituiu o argentino Eduardo Coudet, que rompeu o contrato para assumir o Celta de Vigo, na região espanhola da Galícia, o Internacional fez 11 jogos, com 7 vitórias, 2 derrotas, 2 empates, 21 gols marcados e 10 sofridos. Nos 16 jogos sob a orientação de Coudet, no Brasileiro, o time sofreu 8 dos 16 gols em bolas altas na área. Com os treinos, Abel Braga corrigiu a deficiência, e em 11 jogos, a defesa sofreu só dois gols, do Botafogo e do Atlético Mineiro.

MARCELO LOMBA, Rodinei, Lucas Ribeiro, Victor Cuesta (Zé Gabriel) e Moisés; Rodrigo Dourado (Johnny), Edenilson, Praxedes (Rodrigo Lindoso) e Patrick; Caio Vidal (Peglow) e Yuri Alberto (Leandro Fernandez) – os novos líderes do Brasileiro 2020, com 59 pontos em 31 jogos – 17 vitórias, 6 derrotas, 8 empates, saldo de 24 gols (53 a 29) -, que jogarão em casa com o Grêmio, Bragantino, Sport e Corinthians (última rodada), e fora com o Athletico Paranaense, Vasco e Flamengo (penúltima rodada).

GOL DE PEIXINHO – Foi na inauguração do Morumbi, quando o São Paulo venceu (1 x 0) o Sporting de Lisboa, em amistoso na tarde do domingo, 2 de outubro de 1960, que teve origem a expressão “Gol de Peixinho”. Filho de Peixe, artilheiro do Campeonato Paulista pelo Ypiranga, em 1940, ano em que nasceu, Arnaldo Poffo Garcia ganhou o apelido de Peixinho. Foi dele o primeiro gol no Morumbi, aos 12 minutos, quase esfregando a cara no gramado para cabecear o cruzamento do ponta Jonas.

HOJE, QUASE aos 80 anos, Peixinho é dono e professor de uma escola em Piracicaba, e recorda a inauguração, diante de 65 mil torcedores, porque o estádio ainda não estava concluído: “Festa linda, jogo bonito e tive a sorte de fazer o gol”. O técnico do São Paulo era Flávio Costa, vice-campeão do mundo em 1950, e três se destacavam: o goleiro argentino Poy; o ponta-esquerda maranhense Canhoteiro e o centroavante paulistano Gino Orlando, que depois passou a ser gerente do estádio.

Foto: Esporte Interativo