Nesta terça, 8 de dezembro de 2020, faz 22 meses da maior tragédia de 125 anos da história do Clube de Regatas do Flamengo. É bem difícil entender, que depois de tanto tempo, em que dez jovens morreram no pavoroso incêndio do Ninho do Urubu, enquanto dormiam em condições inadequadas, de acordo com o laudo da perícia, os responsáveis continuem livres, sem punição, e a justiça não acelere a solução de um caso chocante, de tamanha e extrema gravidade. Bem difícil entender.

A DEFENSORIA e o Ministério Público do Rio de Janeiro intervieram, e quase no final de 2019, ano da tragédia, a Primeira Vara Cível decidiu pela obrigação do Clube de Regatas do Flamengo de pagar a pensão mensal de 10 mil reais às famílias das vítimas. Desde então, o clube passou a recorrer, sob o argumento de que não é da competência da Defensoria e do Ministério Público defender as famílias das vítimas, até conseguir a redução do valor, na semana passada.

NEM TODAS as famílias das vítimas do pavoroso incêndio, que matou dez jovens, sob a responsabilidade exclusiva do Clube de Regatas do Flamengo, fizeram acordo, e a própria Defensoria já deu parecer de que os acertos podem e devem ser revistos, pelos baixos valores que o clube conseguiu, ao pressionar as famílias para que aceitassem. Não é crível que uma tragédia das proporções da madrugada da sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019, possa continuar sem punição, como a gravidade do caso exige.

Foto: Metro1