RAMON PLATERO – O primeiro técnico estrangeiro do Flamengo foi o uruguaio Ramon Platero, em 1921, nove anos depois da estreia do clube no futebol como vice-campeão carioca de 1912. Curiosidade: Platero dirigia ao mesmo tempo o Flamengo, que treinava pela manhã, e o Vasco, que recém havia criado sua equipe de futebol. Em 1925, a convite da CBD, foi o primeiro estrangeiro a dirigir a seleção no Sul-Americano de 1925, na Argentina.
JUAN BERTONE – Juan Bertone foi o segundo uruguaio a dirigir o Flamengo, campeão carioca em 1925, com 14 vitórias, só uma derrota e 61 gols em 18 jogos, e voltou a ser campeão em 1927, quando saiu após 109 jogos (63 vitórias, 21 empates, 25 derrotas).
CHARLIE WILLIAMS – Terceiro técnico estrangeiro do Flamengo, o inglês Charlie Williams foi o primeiro europeu a comandar o time, entre 1929 e 1931, em 38 jogos (14 vitórias, 2 empates, 22 derrotas). Era técnico do Fluminense no primeiro Fla-Flu, em 7 de julho de 1912. Enquanto goleiro, foi o primeiro da história a fazer um gol, em 14 de abril de 1900, pelo Manchester City. Ele chutou forte de sua própria área, para afastar o perigo de um ataque do Sunderland, e a bola pegou o goleiro desprevenido.
DORI KURSCHNER – Quarto estrangeiro e segundo europeu a dirigir o Flamengo, o húngaro Izidor Kurschner, tratado pelo apelido de Dori, assumiu em 1937, credenciado por sete títulos consecutivos de campeão suíço no Grasshopper, entre 1925 e 1934, mas só ficou até 1938. Em 39 e 40 dirigiu o Botafogo e decidiu viver no Rio, onde morreu em 8 de dezembro de 1941, aos 56 anos.
ERNESTO SANTOS – Quinto estrangeiro e terceiro europeu, Ernesto Santos foi o primeiro técnico português do Flamengo, aos 38 anos, em 1947. Ex-zagueiro do Porto, campeão de 36-37, chegou ao Rio em 40 e seu primeiro time como treinador, em 46, foi o Vasco, através de anúncio publicado no Jornal do Brasil de 6 de julho. Formou-se professor na Uerj e comandou o Flamengo em 47 jogos – 27 vitórias, 10 empates, 10 derrotas – até o final de 1947.
CÂNDIDO DE OLIVEIRA – Sexto estrangeiro e quarto europeu, Cândido de Oliveira, zagueiro do Benfica e capitão do primeiro jogo da história da seleção, em 1921, foi o segundo técnico português a dirigir o Flamengo em 1950. Não há registro de seus números, mas a campanha no Campeonato Carioca, ganho pelo Vasco, foi péssima, em sétimo, só à frente do Madureira, Bonsucesso, Canto do Rio e São Cristóvão.
FLEITAS SOLICH – Sétimo estrangeiro e terceiro sul-americano, o técnico paraguaio Fleitas Solich foi o primeiro tricampeão – 53-54-55 – no Maracanã, tirando o Flamengo do jejum de oito anos sem título. Ficou até 57 e voltou em 58-59, 60-62 e 1971, tornando-se recordista com 504 jogos. Ganhou o apelido de Feiticeiro depois de tantas viradas incríveis do time. Zagallo me disse ter sido o técnico com quem mais aprendeu.
MODESTO BRIA – Oitavo estrangeiro e quarto sul-americano, Modesto Bria foi o segundo paraguaio a dirigir o Flamengo, depois de formar a famosa linha média do primeiro tricampeonato – Biguá, Bria e Jayme -, em 42-43-44. Comandou a equipe, em 136 jogos, após a saída de Solich e teve participação importante na formação de vários jogadores da geração dos campeões da Libertadores e do único Mundial de clubes em 1981, um deles, Zico. Curiosidade: o famoso Ary Barroso tinha pavor de avião, mas foi buscá-lo em um monotor em Assunção, por pura paixão pelo Flamengo.
ARMANDO RENGANESCHI – Nono estrangeiro e quinto sul-americano, o zagueiro Armando Renganeschi, bicampeão em 40-41 pelo Fluminense, foi o primeiro técnico argentino do Flamengo, campeão do IV Centenário do Rio de Janeiro (1965). Renga, como era tratado, ficou até 1967 e comandou o time em 127 jogos. Além de muito conhecimento, sabia manter o grupo unido, como me disseram várias vezes os laterais Murilo e Paulo Henrique.
REINALDO RUEDA – Décimo estrangeiro e sexto sul-americano, o colombiano Reinaldo Rueda foi o único a dirigir o Flamengo sem ter sido jogador e com passagem mais curta pelo clube. Assumiu em agosto de 2017 e em janeiro de 2018 saiu para treinar a seleção do Chile, que disputará vaga nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Em 31 jogos – 13 vitórias, 10 empates, 8 derrotas -, chegou a levar o time à fase final da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana.
JORGE JESUS – Décimo primeiro estrangeiro e quinto técnico português do Flamengo foi de todos o mais bem-sucedido, com mais títulos (5) do que derrotas (4), e em 57 jogos venceu 43 e empatou 10, com aproveitamento de 81,2%. Ganhou em 2019 o Brasileiro e a Libertadores, e em 2020 a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Carioca.
NOTA OFICIAL – JORGE JESUS
Por Comunicação – FLAMENGO – em 17/07/2020, às 18:15
“O Clube de Regatas do Flamengo informa que, em reunião realizada na tarde desta sexta-feira (17), o técnico Jorge Jesus comunicou que, exercendo seu direito contratual, está se desligando do Clube para voltar para Portugal. Apesar de lamentar a perda de seu vitorioso técnico, o Flamengo respeita esta decisão pessoal“.
“Nos 13 meses que Jorge Jesus dirigiu nosso time de futebol profissional, o Flamengo teve uma performance espetacular, conquistando a Copa Libertadores (2019), o Campeonato Brasileiro (2019), a Supercopa do Brasil (2020), a Recopa Sul-Americana (2020), a Taça Guanabara (2020) e, na última quarta-feira (15), o Campeonato Carioca 2020“.”Em nome de toda a diretoria e dos 42 milhões de rubro-negros que formam a Maior Torcida do Mundo, o nosso maior agradecimento a ele e toda sua comissão técnica por tudo o que foi feito e o nosso desejo que continuem mantendo o enorme sucesso como tiveram conosco“.”O Flamengo, seguindo o que seu hino preconiza – e que tão bem Jorge Jesus representou – continuará no seu objetivo de sempre: vencer, vencer, vencer!“
Fotos: AUF, Fla Resenha, zerozero.pt, divulgação, wikipédia, Museu da Pelada, Flamengo Alternativo e UOL