Foto: marca.com
 

Rodolfo D’Onofrio, 71 anos, presidente do River Plate, economista, dono de uma extensa rede de restaurantes e de empresa médica, revela tensão e nervosismo nesta véspera da decisão da Copa Libertadores da América, em Madrid, com o arquirrival Boca Juniors, ao afirmar que já recebeu em torno de 300 ameaças de morte: “Lamentavelmente, alguém facilitou meu whatsapp e já comuniquei à Justiça. Não só eu, mas todas as pessoas da minha família estão ameaçadas e juradas de morte”.

SEM CULPA – Presidente do River desde dezembro de 2013, D”Onofrio garante que “o meu clube não tem culpa do que aconteceu. Se houve falha, foi da segurança, tanto que o ministro da Segurança Nacional renunciou no dia seguinteO River não teve culpa nem foi responsável pelas cenas que causaram constrangimento e vergonha para os argentinos de bem”. O presidente diz que faz questão de reforçar a imagem: “O River não é aqueles que atiraram pedras no ônibus do Boca”.

EXEMPLAR – Rafael D’Onofrio disse ser necessária uma punição exemplar, que o River apoia integralmente: “A Argentina precisa precisa fazer com os Barra-bravas(torcedores sanguinários do River), exatamente o que a Inglaterra fez com o hooligans e a Espanha com os ultras. A aplicação da lei tem que ser dura, muito dura e muito mais forte. É uma vergonha que River e Boca estejam decidindo um título da América do Sul na Europa, a mais de 10 mil km de distância da Argentina”.

OMISSÃO – O presidente do River ataca a omissão da AFA (Associação do Futebol Argentino), que não teve coragem de enfrentar a Confederação Sul-Americana e acatou tudo o que foi decidido, inclusive a realização do jogo na Europa. “Vimos o que houve em jogo da Liga dos Campeões, entre torcedores da Holanda e da Grécia. Em toda parte, infelizmente, há sempre pessoas sem educação, que sequer deveriam passar perto de um estádio, onde o futebol deve ser só festa”.

UNIVERSIDADE – Rafael D’Onofrio também fez muita questão de destacar que “o River é o primeiro clube a criar uma Universidade, que já conta com quase 1.500 alunos”. O clube, segundo o presidente, “vai muito além de Buenos Aires e do futebol porque pratica diversas modalidades, aproximando-se de 50”. Ele lamenta que na Argentina o clube seja impedido de evitar a entrada de certos torcedores: “Se fizermos isso, no dia seguinte seremos notificados pelo INADI – Instituto Argentino contra a Discriminação” -, que vai exigir explicação e até nos punir”.

O PRESIDENTE do River Plate enfatizou também três problemas que considera cruciais na Argentina: “Falta educação com ensino de qualidadenão há trabalho para a maioria da população e trinta por cento estão além da linha da pobreza”. Sobre o jogo de amanhã (9), no estádio Santiago Bernabéu, resumiu: “O River tem uma história linda com o Real Madrid, que tornou presidente de honra, antes de sua morte, o maior jogador argentino de todos os tempos, Alfredo Di Stefano”. Para manter a superstição, Rafael D’Onofrio disse que usará seu agasalho vermelho…