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Gazeta Esportiva

A vitória do Vasco sobre o Madureira (1 x 0), em um dos sábados mais quentes do começo do ano, não foi nada animadora. O time mostrou um desenho sem cores vivas para a temporada e deixou evidente a dependência de Maxi Lopez, atacante que representa um percentual elevado da sua força ofensiva. Não é exagero dizer que o Vasco iniciou o campeonato usando o jogo como laboratório, tantas as experiências que seu técnico decidir fazer em uma espécie de jogo-treino com ingresso pago.

ENTRE AMIGOS – Foi uma espécie de ação entre amigos no sempre acolhedor estádio da Rua Conselheiro Galvão, onde o Madureira, na gestão equilibrada e competente do presidente Elias Duba, tem sabido aplicar a renovação, valorizando uma peça antiga que o tempo parece não desgastar. Só não era possível esperar que o evento atraísse mais do que os 3.316 pagantes, que contribuíram com 43.520 reais. Nem se deve também deixar de admitir que a força do Vasco já não é a mesma.

UM GOLZINHO – Sem fazer por merecer mais, o Vasco ficou no golzinho de Tiago Galhardo, aos 22 do segundo tempo, um minuto depois de substituir Dudu e correr para o abraço no técnico Alberto Valentim. O Madureira já estava com menos um porque o zagueiro Marcelo Alves, nove minutos antes, fez falta em Marrony, e foi expulso após o segundo cartão amarelo, bem aplicado pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique, com atuação correta.

CHANCES – A ansiedade há de ter contribuído para que as chances do Madureira não tenham sido aproveitadas. O atacante Claudio acertou o travessão em cabeçada após cruzamento do lateral Valdir, logo depois da parada técnica para a reidratação aos 20 minutos. Era preciso, com a temperatura quase em 40 graus! Outra finalização de Everton também parou no travessão, e em seguida o zagueiro Werley rebateu sobre a linha do gol a bola que ia entrando depois de outro chute de Claudio. 

BOM TRABALHO -Nada mais justo que destacar o bom trabalho do técnico Antonio Carlos Roy, que tem marcas de qualidade: há dez anos, ele levou o time à final da Taça Rio de 2009 e no ano seguinte à Série C do Campeonato Brasileiro de 2010. E mais: revelou dois apoiadores de alto nível, o carioca Michel, campeão da Libertadores com o Grêmio, e o maranhense Rodrigo Lindoso, campeão carioca de 2018 com o Botafogo.

IVAN CAÑETE – Paraguaio de 23 anos, 1,86m, Ivan Cañete evidenciou qualidade na zaga do Vasco, com firmeza na marcação e nas antecipações. Revelado no Atlético de Madrid, na mesma safra dos meias-atacantes Koke e Saul Ñiguez, ele voltou a Assunção, mas queria um voo mais alto, depois de atuar no Cerro Porteño e no Rubio Nú. E escolheu o Vasco, cuja história de valores e títulos os paraguaios também conhecem. Cañete pode muito bem se firmar ao lado de Castán, mais experiente.

RETROCESSO – Quando se espera o avanço, eis que o Campeonato Carioca registra a volta do retrocesso. Os times não entram mais lado a lado, como no mundo civilizado do primeiro mundo. O Madureira entrou na hora. O Vasco teve que ser chamado pelo árbitro reserva e atrasou o início do jogo em quase três minutos. A previsão é de que isso se repita com frequência, em um campeonato em que muitos mandam e poucos obedecem.