O VASCO ESTÁ RECORRENDO ao Supremo Tribunal de Justiça, em Brasilia, da decisão de ontem (30) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que manteve por dois votos a um a interdição de São Januário, com os votos da relatora, desembargadora Renata Cotta, e do desembargador Carlos Santos Oliveira, e o voto a favor da liberação do estádio da desembargadora Andréa Pachá. Está bem claro que o Vasco virou alvo de perseguição.
A LIBERAÇÃO DO ESTÁDIO foi considerada prematura pelos desembargadores que votaram contra a reabertura, até a realização da perícia, que só será concluída em 90 dias, embora a Justiça tenha determinado que fosse feita em, no máximo, 30 dias, e já se passaram 70 dias, desde a interdição em 30 de junho, após Vasco 0 x 1 Goiás. O Vasco cumpriu os quatro jogos de suspensão e tem dado provas de que São Januário não oferece perigo ou ameaça aos torcedores.
O DESEMBARGADOR Fernando Foch abriu a sessão de ontem (30) fazendo referência aos moradores de rua do Rio e de São Paulo, citando o que emociona e o que não emociona, dando como exemplo a cracolândia da capital paulista, que classificou como “escória humana”, enfatizando ao elevar o tom de voz: “Nada disso nos emociona, mas o futebol nos emociona”. O desembargador ameaçou prender quem se comportasse “como numa arena” no tribunal.
A DECISÃO DE MANTER a interdição de São Januário gerou muitos protestos, com várias faixas colocadas em frente às sedes do Fluminense e do Flamengo; do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD); da Assembleia Legislativa; da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e na estátua do Bellini, no Maracanã. O governador do estado disse que “é preciso encontrar a solução para que o Vasco reabra seu estádio”, mas ele próprio não tomou iniciativa alguma para a liberação.
O CLUBE CLASSIFICOU como “discriminatória e absurda” a decisão de manter São Januário fechado, mas anunciou que “o Vasco se mantém firme e disposto a lutar por todos os seus direitos”. O Vasco jogará domingo (3) com o Bahia, na Arena Fonte Nova, em Salvador, e no reinício do Brasileiro, após os jogos da seleção, tem o mando de campo do clássico da 23ª rodada com o Fluminense, sem saber onde jogará porque o Maracanã só reabrirá no domingo, 17 de setembro.
O EX-TÉCNICO DO VASCO, Mauricio Barbieri, pode ser o substituto do português Pepa, dispensado pelo Cruzeiro, e o técnico Vagner Mancini, demitido do América Mineiro, que deixou na lanterna, assumiu o Ceará, 11º da Série B, após a saída de Guto Ferreira.