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O futebol cearense ganhou pelo segundo ano consecutivo a Copa do Nordeste, com o Ceará repetindo na noite de ontem (4), com 1 x 0 sobre o Bahia, o título do Fortaleza, que venceu os dois jogos da decisão de 2019 com o Botafogo da Paraíba. O Ceará já havia ganho (3 x 1, de virada) o primeiro jogo no último sábado (1), no mesmo estádio de Pituaçu, e poderia perder até por um gol, mas foi outra vez superior e confirmou o título com outra vitória expressiva e merecida.

MARINHEIRO – O atacante baiano Cleber, de 23 anos, 1,99m, fez o gol aos 16 do segundo tempo, completando na pequena área a boa jogada de Leandro Carvalho e Bruno Pacheco. Nascido e criado em favela, em Salvador, Cleber Bonfim de Jesus (22/10/1996) foi marinheiro e diz que o serviço militar o ajudou a ser ainda mais disciplinado. Campeão da Série B pelo Barbalha FC, da região metropolitana do Cariri, no Sul do estado, a 504 km da capital Fortaleza, foi contratado em março deste ano pelo Ceará.

DESEMPATE – Foi a terceira vez que Ceará e Bahia decidiram a Copa do Nordeste, com o Ceará ganhando o desempate na noite de ontem (4), no estádio Governador Roberto Santos, no município de Pituaçu, na região Leste de Salvador. Na primeira, em 2014, o Bahia foi campeão com 1 x 1 e 2 x 0, e na segunda, em 2015, o Ceará ganhou o título com 1 x 0 e 2 x 1. Em 2020, como havia ganho o primeiro jogo (3 x 1, de virada), no mesmo estádio, o Ceará poderia perder até por um gol, mas foi campeão com 1 x 0.

OS CAMPEÕES – Fernando Prass, Samuel Xavier, Klaus, Luis Otavio e Bruno Pacheco (Alyson); Fabinho, William Oliveira, Vinícius (Rafael Sobis) e Fernando Sobral; Leandro Carvalho (Mateus Gonçalves) e Cleber (Bergson), os campeões invictos da Copa do Nordeste 2020, com sete vitórias e cinco empates, sob o comando do técnico Augusto Sergio Ferreira, o Guto Ferreira, que leva na esportiva, quando chamado de Gordiola, por estar com excesso de peso, acima de 100 quilos.

GUTO FERREIRA, virginiano de 54 anos, é de 7 de setembro de 1965, nascido em Piracicaba, interior paulista. Não foi jogador e começou como técnico na base do XV de Piracicaba em 1993, só assumindo uma equipe principal em 2002 no Internacional, depois de bicampeão gaúcho de juniores em 96-97 e da Copa São Paulo 98. Bom ressaltar: desde 2012, Guto Ferreira só não foi campeão em 2014. O currículo do técnico que ganhou a Copa do Nordeste 2020 é recheado de títulos.

GUTO FERREIRA foi campeão gaúcho em 2002 com o Internacional. Campeão paulista do Interior em 2012, 13 e 15 com o Mogi e a Ponte. Campeão catarinense em 2016 com a Chapecoense. Campeão da Copa do Nordeste 2017 e baiano de 2018 com o Bahia. Campeão pernambucano em 2019 com o Sport e campeão da Copa do Nordeste 2020 com o Ceará, aumentando ainda mais a motivação para a estreia no Campeonato Brasileiro 2020 com o Sport, sábado (8), em Recife.

NOVE CARTÕES – O árbitro Caio Augusto Vieira, do Rio Grande do Norte, aplicou nove cartões amarelos, só um para quem não estava em campo, o goleiro reserva Diogo Silva, do Ceará, pela segunda reclamação. Os outros quatro advertidos do Ceará foram Luis Otavio, Bruno Pacheco, Leandro Carvalho e o lateral Samuel Xavier, remanescente do título de 2015. Os advertidos do Bahia: Rossi, Fernandão, Rodriguinho e Gregore.

BOM LEMBRAR – Foi a edição 17 da Copa do Nordeste, disputada desde 1994, quando o Sport ganhou o primeiro título, dirigido por seu ex-volante Givanildo. O único técnico que conquistou dois títulos consecutivos foi o ex-meia Arturzinho, que brilhou no Bangu, campeão em 1997 com o Vitória e em 1998 com o América de Natal. Campinense em 2013 e Sampaio Corrêa em 2018 foram os campeões que não sofreram gol nos jogos em casa. O Bahia é o único realmente bicampeão, em 2001 e 2002. A Copa do Nordeste ficou vários anos sem ser disputada e a CBF só assumiu o controle em 2003.

SERGIO ALVES, do Bahia, ainda não perdeu a condição de maior artilheiro da Copa do Nordeste, com os 13 gols que marcou em 2002, superando Kúki, do Náutico, que fez 12 gols em 2001. 

Foto: A Voz de Santa Quitéria e O Povo