Neste sábado, 31 de agosto de 2019, faz 50 anos que a seleção brasileira estabeleceu o recorde de público pagante no Maracanã, então maior estádio do mundo, ao vencer (1 x 0) o Paraguai, no último dos seis jogos das eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. O recorde era do Fla-Flu decisivo do Campeonato Carioca de 63.

MAIS 6.321 – O Fla-Flu, na tarde de 15 de dezembro de 1963, registrou 177.020 pagantes, com os torcedores sentados, no último degrau da arquibancada, tendo que deixar as pernas penduradas. Antes do jogo, a PM teve subir à marquise para retirar vários, que já não conseguiam mais chegar à arquibancada. 

O RECORDE – Brasil x Paraguai, na tarde de 31 de agosto de 1969, registrou 183.341 pagantes, portanto mais 6.321 que o do Fla-Flu de seis anos antes. O recorde do Fla-Flu é mundial, até hoje, em jogo de times da mesma cidade. O recorde da seleção brasileira também jamais será alcançado na história do futebol.

BOM LEMBRAR – Cobri como repórter de rádio os dois recordes históricos do Maracanã. No Fla-Flu, 0 x 0, o Flamengo saiu campeão. Foi o último dos oito títulos do técnico Flávio Costa, que em 1939 havia ganho o primeiro de sua carreira, e depois foi bicampeão no Vasco, invicto em 49, e do primeiro título no Maracanã, em 1950.

O FLA-FLU, do recorde de 177.020 pagantes, foi o último de Castilho, maior goleiro da história do Fluminense – 698 jogos de 1947 a 1965 -, e o primeiro deCarlos Alberto Torres, maior lateral-direito da história da seleção, o notável capitão do tri na Copa de 70.

FLA-FLU também colocou em lados opostos os dois únicos técnicos tricampeões pelo FlamengoFlávio Costa – 1942-43-44 – e o paraguaio Fleitas Solich, do primeiro tri no Maracanã – 1953-54-55 -, que Carlos Nascimento, supervisor da seleção nas vitoriosas Copas de 58 e 62, contratou para o Fluminense.

BOM DIZER – A seleção brasileira, do recorde de 183.341 pagantes, foi a primeira da história a se classificar para a Copa do Mundo dirigida por um jornalista, o gaúcho João Alves Jobim Saldanha, com quem tive a honra de trabalhar nas minhas duas primeiras Copas. Foi o narrador goiano Antonio Porto que criou para Saldanha o João sem medo.

POUCOS SE LEMBRAM, mas vale recordar: a seleção sofreu dois gols em seis jogos: 2 x 0 na Colômbia, 5 x 0 na Venezuela e 3 x 0 no Paraguai, todos fora do Brasil. No Maracanã, 6 x 2 na Colômbia, 6 x 0 na Venezuela e 1 x 0 no Paraguai. Foi no gol à direita da tribuna de honra que Pelé marcou o gol, aos 23 do segundo tempo.

BOTAFOGO E SANTOS – No Brasil 1 x 0 Paraguai, gol de Pelé, no domingo, 31 de agosto de 1969, o Maracanã aplaudiu praticamente um combinado Santos e Botafogo. Na defesa, só o goleiro Félix era do Fluminense: Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo, todos do Santos; no meio-campo, Piazza (Cruzeiro) e Gerson (Botafogo). Na frente, Jairzinho (Botafogo), Tostão (Cruzeiro), Pelé e Edu (Santos). 

Foto: site curiosodofutebol.com.br