A Comissão de Arbitragem da Fifa, dirigida pelo italiano Pierluigi Collina, de 63 anos, árbitro da final da última Copa do Mundo que o Brasil ganhou, com 2 x 0 na Alemanha, em 2002, reúne-se nesta 4ª feira (20) para decidir quem será o árbitro de Fluminense x City, 6ª feira (22), e da decisão do 3º lugar, que Al-Ahly e Urawa disputarão horas antes, no próprio estádio Rei Abdullah, em Jeddah, segunda maior cidade da Arábia Saudita.
CONSIDERANDO-SE que a Fifa não costuma repetir escalação, o polonês Szymon Marciniak, representante da arbitragem europeia, que apitou Fluminense 2 x 0 Al-Ahly, e o saudita Al Hoish, representante da arbitragem do país-sede, que dirigiu Manchester City 3 x 0 Urawa, não devem constar da pauta de escalação. O venezuelano Jesus Valenzuela, único sul-americano, não será escalado, porque o finalista Fluminense é o único de um país da América do Sul.
DOS SEIS ÁRBITROS relacionados para o último Mundial com sete clubes, restam o congolês Jacques Ndala, que apitou Urawa 1 x 0 Leon, e a estadunidense Tori Penso, que dirigiu Al-Ittihad 3 x 0 Auckland; e o neozelandês Campbell-Kirk Kawana-Waugh, ainda não escalado, mas que é pouco provável ser escalado em jogo decisivo de tamanha importância, entre os campeões sul-americanos e europeus, como recomenda a experiência de Collina, árbitro Fifa de 1995 a 2005.
A TENDÊNCIA é que a Fifa escolha Tori Penso, de 38 anos, natural da Flórida, árbitra desde 2013, primeira mulher a atuar na Liga principal dos Estados Unidos e a apitar uma final de Copa do Mundo feminina, em 2023, Espanha 1 x 0 Inglaterra. O Brasil não tem, pela terceira vez, representante. A última foi Edina Batista, que apitou a decisão do 5º lugar do Mundial de clubes masculino Al-Duhail, do Catar, 3 x 1 Ulsan, da Coreia do Sul.
A POSSÍVEL ESCOLHA de uma mulher para a final Fluminense x City pode ser também uma homenagem da Fifa às mulheres da Arábia Saudita, que em janeiro de 2018 foram autorizadas a assistir jogos de futebol. Em 2014, após a prisão de uma torcedora, no jogo Al-Ahli x Al Baten, em Riad, a Fifa fez muita pressão e a Federação Saudita autorizou, mas impondo o uso da burca, vestimenta que cobre todo o corpo. Em 2017, a autorização já havia sido concedida, mas para que só entrassem nos estádios no Dia Nacional da Arábia Saudita (23 de setembro).
O DIRETOR DE ARBITRAGEM da Fifa, Pierluigi Collina, define o árbitro: “Sábio é quem pensa. O árbitro não pode ser sábio, deve ser impulsivo, porque só tem três décimos de segundo para decidir”. Collina foi zagueiro, mas gostava mesmo de basquete, e não perdia jogo do Bolonha, cidade onde nasceu (13/2/1960), na região central do Norte italiano. Aplicado nos estudos, formou-se em economia, tornando-se consultor financeiro de banco.
PIERLUIGI COLLINA apitou a final olímpica de 96, Nigéria 3 x 2 Argentina, e diz que Brasil 2 x 0 Alemanha, final da Copa do Mundo de 2002, não foi seu jogo histórico: “Minha arbitragem inesquecível foi a da decisão da Champions de 98-99, com 90 mil torcedores no estádio Camp Nou, do Barcelona. O Bayern vencia por 1 x 0, e nos acréscimos de três minutos, o Manchester United virou com dois gols. Um título incrível, surreal”.