Diante do francês Olympique Lyon, em sua quarta final consecutiva e cinco vezes campeão, o Barcelona – primeiro espanhol a chegar à decisão – tenta o inédito título de campeão europeu feminino, neste penúltimo sábado (18) de maio, na Arena Groupama, em Budapeste, capital da Hungria. O Lyon ganhou 13 campeonatos franceses e oito Copas da França, dirigido pelo ex-meia Reynald Pedros, de 47 anos, francês descendente de portugueses, que fez 26 gols em 222 jogos, em 18 anos de carreira.

RECORDE – O Barcelona bateu o recorde mundial de público em jogos do futebol feminino, com 92.346 torcedores, no jogo de ida das oitavas de final em que goleou (5 x 1) o próprio Lyon, no Camp Nou, e depois manteve 0 x 0 na França. Nas semifinais, o Barcelona ganhou duas vezes de 1 x 0 do Bayern de Munique, e o Lyon venceu o Chelsea (2 x 1, em Lyon, 0 x 0 em Londres). A capitã Vicky Losada, meio-campo de 28 anos, disse que “o Barcelona vai jogar a própria vida pelo título inédito”.

ÍDOLOS – Barcelona e Lyon decidirão na Arena Groupama – 23.698 lugares -, do Ferencvaros, clube de 120 anos (3/5/1899), 29 vezes campeão húngaro e 23 vezes ganhador da Copa da Hungria. Seus jogadores mais notáveis foram os atacantes Sandro Kocsis, que encerrou a carreira no Barcelona, de 58 a 65, com 140 gols em 194 jogos, e foi artilheiro da Copa do Mundo de 54, e Lazlo Kubala, considerado o melhor dos primeiros 100 anos do Barcelona, que defendeu de 51 a 61, com 196 gols em 256 jogos.

ESTÁDIO – O Ferencvaros construiu o estádio em parceria com a Groupama, segunda empresa do mundo em seguros, com sede em Paris e subsedes em 12 países, com 36 mil empregados, além de quase o mesmo número de funcionários do Banco Groupama, desde a fundação em 1986. É o segundo maior estádio da Hungria, depois da Arena Puskas – 38.652 lugares -, construída após a demolição do antigo Nepstadion (Estádio do Povo), em 2017.

Arena Puskas é homenagem ao maior jogador húngaro de todos os tempos – Ferenc Puskas, que marcou 379 gols em 367 jogos pelo Honved, principal time da história do país -, 242 gols em 262 jogos pelo Real Madrid, de 58 a 66, e 84 gols em 85 jogos, de 45 a 56, pela seleção húngara, vice-campeã do mundo em 1954, que perdeu (3 x 2, de virada) a decisão com a Alemanha, no estádio Wankdorf, em Berna, capital da Suíça. Puskas foi do nível de Pelé, o único e eterno Rei do futebol.

HÁ 33 ANOS – A única vez que estive na Hungria foi em 1986, com a seleção do saudoso amigo Telê Santana, no amistoso de 16 de março, com 70 mil pessoas, no Nepstadion. O Brasil se preparava para a Copa da Espanha e perdeu (3 x 0), depois de também perder (2 x 0) o outro amistoso, quatro dias antes, para a Alemanha, no Waldstadion, em Frankfurt. A única alegria que tive do jogo foi no final, quando o goleiro Paulo Victor conseguiu a camisa 20 do meia Detari, que está na coleção do meu filho Fábio

Foto: SAPO 24