Foto: site torcedores.com
Inédita e histórica, a decisão da Copa Libertadores, que Boca Juniors e River Plate iniciam neste sábado (10), com torcida única do Boca, no estádio de La Bombonera, em Buenos Aires. Duas semanas depois, só com a torcida do River, o segundo jogo, dia 24, quando o River tentará o quarto título e o Boca, o sétimo, para se igualar a outro argentino, o Independiente, maior ganhador do mais importante torneio de clubes da América do Sul.
OS SEIS DO BOCA – Os quatro primeiros títulos do Boca Juniors foram ganhos em duas vezes consecutivas: 1977 e 1978, ano em que a Argentina também ganhou sua primeira Copa do Mundo. 22 anos depois, o segundo bi do Boca, em 2000 e 2001, e os dois últimos, em decisões com brasileiros: em 2003, 2 x 0 na Bombonera e 3 x 1sobre o Santos, no Morumbi, e em 2007, 5 x 0 na Bombonera e 3 x 0 sobre o Grêmio, no antigo estádio Olímpico, em Porto Alegre.
OS TRÊS DO RIVER – No mesmo ano em que a Argentina ganhou a segunda Copa do Mundo – 1986 -, o River foi campeão da Libertadores pela primeira vez, vencendo duas vezes o América de Cali: 2 x 1 na Colômbia e 1 x 0 em Buenos Aires. Dez anos depois, e por coincidência com o mesmo adversário, o River perdeu o primeiro jogo (1 x 0), em Cali, e foi campeão em 1996, com 2 x 0, em Buenos Aires.
A terceira Libertadores ganha pelo River foi em 2015, decidindo com o convidado especial Tigres, de Nuevo León, norte do México: 0 x 0 no primeiro jogo, com o time mexicano dirigido pelo brasileiro Ricardo Ferreti, e 3 x 0 em Buenos Aires, onde Marcelo Gallardo, atual técnico, tornou-se o quinto argentino a ganhar a Libertadores como jogador e técnico.
ÚLTIMA EM DOIS – Boca e River estarão disputando a última decisão da Libertadores em dois jogos. A partir do próximo ano, e até já com data e local marcados – 23 de novembro de 2019, no Estádio Nacional de Santiago do Chile -, a decisão do maior torneio de clubes do continente será, pela primeira vez, em jogo único.
MAIS VANTAGEM – O futebol argentino vai ampliar para sete a vantagem sobre o brasileiro, em títulos da Libertadores. O Santos ganhou os dois primeiros consecutivos – 62 e 63 – e o Independiente, maior campeão com sete, foi bi em 64 e 65. A Argentina, com Boca ou River, vai ganhar pela vigésima quinta vez. O Grêmio, campeão de 2017, ganhou o décimo oitavo título do Brasil.
MEIO A MEIO – Boca e River decidiram que dividirão com os jogadores o que receberem nas duas finais. O Boca vai arrecadar, só no jogo de hoje (sábado, 10), 80 milhões de dólares. Os 50 mil ingressos, com preços muito elevados, bem acima do normal, esgotaram-se em dois dias. Boca e River já receberam 4 milhões e 800 mil dólares pela participação na fase de grupos, oitavas, quartas e semifinais.
AFIRMAÇÃO – Herdeiro de fortuna incalculável deixada pelo pai, o empresário paraguaio Alejandro Dominguez, 46 anos, candidato único, eleito presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol em janeiro de 2016, resumiu: “A final argentina histórica vai mostrar ao mundo que o futebol da América do Sul também está preparado para megaeventos”.
FELICIDADE – Presidente da AFA – Associação do Futebol Argentino -, desde março de 2017, Claudio Fabian Tapia, 51 anos, diz que as finais entre Boca e River serão os momentos de mais felicidade da sua vida como dirigente. Ele foi atacante e presidente do Barracas Central, time amador de Barracas, bairro da periferia de Buenos Aires, onde nasceu.
MUITO TENSOS – Os presidentes não escondem a tensão. Rodolfo D’Onofrio, empresário, 71 anos, trigésimo presidente do River, diz ser o melhor teste para o coração:“Não há como negar. Serão dois jogos profundos”. Dezessete anos mais novo, o advogado Daniel Angelici, 54 anos, trigésimo terceiro presidente do Boca, resume: “É preciso dominar os nervos e respirar fundo”.
INTOCÁVEL – O ex-meia-atacante Guillermo Schelotto, nascido em La Plata, 45 anos, técnico do Boca é considerado intocável pela torcida, pelo carisma, talento, astúcia e amor à camisa, que defendeu em 300 jogos (86 gols), entre 97 e 2007. Foi titular em quatro das seis Libertadores que o Boca conquistou.
UM MITO – Se o técnico do Boca é tido como intocável, Marcelo Gallardo, nascido em Merlo, província de Buenos Aires, 42 anos, técnico do River é um mito para os torcedores por ter sido o primeiro campeão da Libertadores como jogador (1996) e como técnico (2015). Gallardo, tratado pelo apelido de Muñeco (Boneco), seis vezes campeão argentino, teve duas passagens pelo River – 92 a 96 e 2003 a 2006, com 38 gols em 172 jogos. Foi um meio-campo de alto nível.
ARBITRAGEM – Roberto Tobar, 40 anos, nascido na capital do Chile em 13/4/78, é o árbitro do jogo deste sábado (10), na Bombonera. Engenheiro em gestão informática, Tobar é árbitro Fifa desde 2011, com atuações em vários jogos da Sul-Americana e da Libertadores, mas não apitou em Copa do Mundo, apenas em jogos das eliminatórias.