BRASIL E ESPANHA farão amanhã (7), no Estádio Internacional de Yokohama, maior cidade portuária do Japão, na região metropolitana da capital Tóquio, a final inédita do ouro olímpico. O Brasil pode ser o terceiro sul-americano a ganhar duas vezes consecutivas, após vencer a decisão de 2016 no Maracanã com a Alemanha, única das oito campeãs do mundo sem medalha de ouro, e a Espanha tenta repetir 1992 quando venceu a Polônia, no Camp Nou, em Barcelona.
TRÊS BICAMPEÕES – Na primeira edição dos Jogos Olímpicos, em 1896, na Grécia, não houve futebol, disputado apenas como jogos de exibição em 1900 e em 1904, mas com os títulos da Inglaterra, que venceu a final de 1900 com a França, e do Canadá, que ganhou a final de 1904 com os Estados Unidos, reconhecidos. O futebol só se tornou oficial nos Jogos em 1908, com a Inglaterra ganhando o primeiro título, e o segundo em 1912, em finais com a Dinamarca (2 x 0 e 4 x 2).
VOLTA CELESTE OLÍMPICA – O Uruguai foi o primeiro sul-americano a ganhar o ouro olímpico duas vezes consecutivas: em 9 de junho de 1924, no estádio Colombes, em Paris, 3 x 0 na Suíça. Com a bandeira nacional, que está no museu do estádio Centenário, em Montevidéu, a seleção caminhou em torno do gramado, retribuindo os aplausos com acenos, gesto que ganhou a denominação de volta olímpica.
PRIMEIRA COPA DO MUNDO – O segundo título consecutivo do Uruguai foi ganho em dois jogos com a Argentina: 1 x 1 no primeiro, em 10 de junho de 1928, no Estádio Olímpico de Amsterdam, capital da Holanda, onde voltaram três dias depois para o desempate: Uruguai 2 x 1, passando a ser chamado de Celeste Olímpica, pelo azul celeste da cor da camisa da seleção. Pelas duas conquistas, a FIFA escolheu o Uruguai como sede da primeira Copa do Mundo, que também ganhou, em 30 de julho de 1930, no estádio Centenário de Montevideu (4 x 2 na Argentina).
CAMPANHA HISTÓRICA – A Argentina também ganhou duas vezes consecutivas a medalha de ouro, com uma campanha histórica na primeira, em 2004, na Grécia: venceu todos os seis jogos, fez 17 gols sem sofrer nenhum gol, e teve o artilheiro Carlos Tevez com 8, incluído o da final (1 x 0 no Paraguai). Na segunda, em 2008, em Pequim, Di Maria marcou o gol do 1 x 0 na Nigéria, que levou o troco da final de 1996, em Atlanta, onde ganhou (1 x 0) dos argentinos.
O GOL OLÍMPICO – A Argentina convidou o Uruguai para um amistoso em Buenos Aires, quatro meses após a conquista do ouro olímpico. Aos 28 minutos do primeiro tempo, o ponta-esquerda Cesário Onzari bateu um escanteio com efeito e a bola entrou do outro lado do goleiro argentino. Os uruguaios decidiram então, com muita ironia, chamar de gol olímpico, expressão que passou a ser adotada em toda a América do Sul, principalmente no Brasil.
ÚNICO EM COPA DO MUNDO – Está na história das 21 Copas do Mundo, de 1930 a 2018: o meia Marco Tulio Coll foi o único a marcar um gol olímpico, batendo o escanteio do lado esquerdo, de pé direito, aos 23 minutos do segundo tempo de Colômbia 4 x 4 União Soviética (hoje Rússia). A bola entrou à meia altura, entre o goleiro Lev Yashin e a trave direita. Apitado pelo paulista João Etzel Filho, o jogo foi no domingo, 3 de junho de 62, no estádio Carlos Dittborn, na cidade portuária de Arica, no Norte do Chile.
GRANDES NOMES – O meia canhoto húngaro Ferenc Puskas, um dos notáveis de todos os tempos, foi o primeiro a se destacar nos Jogos Olímpicos, em 1952, na Finlândia, onde também brilhou intensamente, na primeira participação do Brasil, o carioca Evaristo de Macedo, do Madureira, que depois se consagraria no Flamengo, Barcelona e Real Madrid. O francês Michel Platini, campeão em 84, mesmo ano em que Taffarel e Dunga também se destacaram.
SEIS DA EUROCOPA – Na decisão de amanhã (7) do ouro olímpico 2020 (os Jogos foram adiados para 2021, devido à pandemia), a Espanha, do técnico Luis de La Fuente, de 60 anos, lateral-esquerdo de 13 temporadas no Athletico de Bilbao e no Sevilha, terá seis que participaram da Eurocopa 2021: o goleiro Unai Simon, do Athletico de Bilbao; os zagueiros Eric Garcia, do Barcelona, e Pau Torres, do Villarreal; o meia Pedri, do Barcelona, eleito o melhor mais jovem da Eurocopa; e os atacantes Dani Olmo, do Leipzig, e Marco Asensio, do Real Madrid.
SELEÇÃO BRASILEIRA – O gaúcho André Jardine, de 41 anos, sem retrospecto como jogador, técnico da seleção brasileira deve repetir a escalação inicial do 0 x 0 da semifinal com o México: Santos, Daniel Alves, Diego Carlos, Nino e Arana; Bruno Guimarães, Douglas Luis e Claudinho; Antony, Paulinho e Richarlison. A seleção espera que alguns, entre eles, Richarlison, Douglas Luis e Bruno Guimarães rendam mais na final de amanhã (7) com a Espanha.
O BRASIL está em sua terceira final consecutiva, após prata em 2012 e ouro em 2016, além de ter ganhado bronze em 96 e 2008 e prata em 84 e 88. A Espanha, em sua quarta final, só ganhou ouro em 92, tendo como principais jogadores o meia Luis Enrique, hoje técnico da seleção principal, e Pep Guardiola, atual técnico do Manchester City, um dos interessados em Messi, que ontem (5) se desligou oficialmente do Barcelona depois de 13 temporadas.
Foto: O Povo