O meia Andrés Iniesta, de 35 anos, comandou do início ao fim, com invejável fôlego de garoto, a conquista, em pouco mais de um mês, do segundo título do Vissel Kobe, que neste sábado (8) ganhou a Supercopa do Japão, após ser campeão, em 1 de janeiro, da Copa do Imperador. A conquista inédita foi em jogo que acabou 3 x 3 e teve nove pênaltis não aproveitados na decisão: o Vissel Kobe desperdiçou quatro e o Yokohama, cinco.
32 TÍTULOS – Com a Supercopa do Japão e a Copa do Imperador, Iniesta completou 32 títulos em clubes e na seleção, em 674 jogos e 57 gols no Barcelona – 9 vezes campeão, 6 da Copa do Rei, 7 da Supercopa, 4 da Champions e 3 Mundiais de clubes – e a única Copa do Mundo que a Espanha ganhou em 2010 com seu gol na prorrogação (1 x 0) com a Holanda. Ele fez o último jogo pelo Barcelona – 1 x 0 na Real Sociedad -, em 20/5/2018. Iniesta passou pelas sete categorias da seleção – sub-15 a sub-21 -, até fazer 131 jogos e 13 gols na principal, de 2006 a 2018.
110 MILHÕES – O contrato que Iniesta assinou em junho de 2018 com o Vissel Kobe, clube de 54 anos, rende 110 milhões de dólares/ano, o equivalente a quase 40 milhões de reais/mês, além de verba extra da Rakuten – maior conglomerado tecnológico japonês -, que paga 55 milhões de euros/ano ao Barcelona pelo patrocínio master na camisa. A Rakuten também patrocina o Golden State Warriors, um dos gigantes da NBA.
KOBE BRYANT – Vale contar: antes do recém falecido Kobe Bryant nascer (23/8/78), os pais dele foram a um restaurante japonês na Filadélfia, maior cidade do estado da Pensylvania, e entre yakissobas e sashimis, o pai, Joe Bryant, viu no cardápio kobe beef, carne rica em gordura, muito ao gosto do paladar do americano. Joe gravou bem, e quando o garoto nasceu, deu-lhe o nome de Kobe Bean Bryant. Um dos gigantes do basquete mundial, Bryant foi fiel a carreira toda ao Los Angeles Lakers, como o maior ala-armador da história da NBA.
VIAGEM HISTÓRICA – Kobe, a três horas da capital Tóquio, em viagem panorâmica e deslumbrante no trem-bala, o mais rápido do mundo, é também a mais importante cidade portuária do Japão. Foi de lá, em 1908, que saiu o primeiro navio com imigrantes para o Brasil, em viagem de 52 dias, com a chegada em 18 de junho ao porto de Santos. O Rio de Janeiro sente-se orgulhoso em ser uma das 12 cidades-irmãs de Kobe, precisamente a terceira, desde 1969, depois da americana Seattle, em 1957, e da francesa Marselha, em 1961.
BRASILEIROS – O zagueiro baiano Dankler, de 28 anos, e o atacante paulista Wellington Tanque, de 31, revelado no Internacional, são companheiros de Iniesta no time campeão do Vissel Kobe. Dankler fez 38 jogos pelo Botafogo, de 2013 a 2015. O volante Carlos Alberto Santos, ex-Botafogo, em 2001, e o meia Bismarck, ex-Vasco, em 2003, foram os primeiros a jogar no Vissel Kobe, que em 2014 teve Vinícius Júnior emprestado pelo Flamengo. O ex-lateral gaúcho Roger Machado, atual técnico do Bahia, também jogou no time japonês em 2004-2005.
MARCOS JÚNIOR, ex-Fluminense, atacante campeão brasileiro em 2010 e carioca em 2012, joga no Yokohama Marinos, que neste sábado (8) perdeu a decisão da Supercopa do Japão para o Vissel Kobe. Ele ressalta que “nada escapa à comercialização no futebol japonês”. Bom dizer: o Estádio Nacional de Tóquio, onde cobri, ainda como repórter de rádio, o Flamengo, campeão mundial de 1981, agora é Nissan Stadium. E a Supercopa do Japão, que o Vissel Kobe ganhou pela primeira vez, agora é Fuji Xerox Super Cup.
Foto: FC Barcelona News