Foto: Piniola e Benedetto, após a partida / M. BRINDICCI REUTERS

Tamanho o equilíbrio que Boca e River mostraram neste domingo, ao empatarem (2 x 2) no primeiro jogo da final da Libertadores 2018, no estádio de La Bombonera, é possível que o campeão só seja conhecido nos pênaltis, no jogo de volta, dia 24, no estádio Monumental de Nuñez, que terá prorrogação, em caso de outro empate. O Boca esteve duas vezes em vantagem, depois de sair com 2 x 1 no primeiro tempo, mas o River teve a ajuda de um gol contra do zagueiro para não perder o maior clássico argentino. 

BEM DIFERENTE – Apesar do pessimismo dos previsores do tempo, o domingo amanheceu sem chuva em Buenos Aires e o gramado estava quase seco, facilitando os times a fazerem boa apresentação, em que o equilíbrio foi a tônica. Os goleiros Agustin Rossi, argentino, 23 anos, 1,90m, destro, do Boca, e Franco Armani, argentino, 32 anos, 1,89m, destro, do River, tiveram atuação muito segura e sem culpa nos gols.

Foto: marca.com

OS GOLS – Ramon Ábila, ex-Cruzeiro, levou os torcedores do Boca ao delírio, aos 33, após o goleiro Armani rebater seu chute forte, que não dava mesmo para segurar: 1 x 0. A resposta do River foi imediata com o gol de empate, aos 35, de Lucas Pratto, ex-São Paulo e Atlético Mineiro, que finalizou no canto, após lançamento de Pity Martinez. Aos 45, Dario Benedetto, carrasco do Palmeiras na semifinal com dois gols, marcou o segundo do Boca, completando de cabeça o cruzamento de Villa.

Na volta do intervalo, o River pressionou muito pelo empate, que conseguiu aos 15 minutos, quando o zagueiro Izquierdoz fez gol contra de cabeça. A falta foi cobrada por Palacios, meia canhoto que se apresentará ao Real Madrid após a Libertadores, e o zagueiro Izquierdoz subiu com Lucas Pratto para tentar rebater, mas, com o recuo que fez, acabou desviando a bola, com a parte de trás da cabeça, para o fundo do próprio gol.

BOCA JUNIORS – Agustin Rossi, Jara (Buffarini, 37 do segundo tempo), Izquierdoz, Magallán e Olaza; Barrios, Nandez e Pablo Perez; Pavon (Dario Benedetto, 26 do primeiro tempo), Ramon Ábila e Villa (Carlos Tevez, 26 do segundo tempo). Técnico – Guillermo Schelotto.

 

RIVER PLATE – Franco Armani, Montiel, Lucas Martinez (Ignacio Fernandez, 13 do segundo tempo), Maidana, Pinola e Casco; Enzo Perez (Zucullini, 29 do segundo tempo), Palacios e Pitty Martinez (Quintero, 31 do segundo tempo); Rafael Borré e Lucas Pratto. Técnico – Marcelo Gallardo.

 

SEIS CARTÕES – O árbitro chileno Roberto Tobar conduziu bem o jogo, disputado em nível disciplinar que pode até ser considerado bom, devido à grande rivalidade e ao clima tenso de uma final inédita. Ele mostrou seis cartões amarelos, um deles para Rafael Borré, do River, fora da finalíssima. O outro do River foi para o lateral Casco. Os quatro do Boca: Jara, Ábila, Villa e Tevez, que ao notar certo desânimo dos companheiros ao final, bradou: “Vamos, vamos, nada está perdido”, referindo-se à final do dia 24, no estádio do River.

SÓ DO ALTO – Multado em 50 mil dólares pela Confederação Sul-Americana de Futebol por ter ido ao vestiário do River no intervalo do jogo semifinal com o Grêmio, em Porto Alegre, o técnico Marcelo Gallardo viu o jogo deste domingo da sede do clube. Mesmo suspenso, ele poderá ir ao estádio Monumental, dia 24, mas só poderá ver o jogo final das cadeiras da parte alta do estádio.

EMPATE MONUMENTAL foi o título da principal matéria do jornal esportivo argentino Olé, usando o nome do estádio do River Plate como trocadilho. Os analistas do jornal consideraram o empate justo e disseram que o placar de 2 x 2 refletiu bem o equilíbrio apresentado pelos times. E acrescentaram: “É uma final que não comporta previsão”.