Hoje, 30 de abril de 2020, faz 70 anos que um atacante se destacou como o maior artilheiro do Flamengo em um só jogo. No amistoso da tarde do domingo, 30 de abril de 1950, no Estádio Municipal de Campos, região Norte do Rio de Janeiro, o alagoano Durval fez sete gols nos 13 x 1 sobre o Goytacaz. Zico quase o igualou, ao marcar seis gols nos 7 x 1, também no Goytacaz, na noite de 29 de março de 1979, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca.
DOIS NA ESTREIA – Durval tinha 22 anos quando estreou no Flamengo, em 14 de janeiro de 1948, em Santiago, e mesmo perdendo (4 x 3) para a seleção universitária do Chile, teve boa atuação e marcou dois gols. Bom lembrar o time de sua estreia, no 2-3-5 da época: Luis Borracha, Newton e Norival; Biguá, Bria e Jayme; Luisinho, Gringo, Durval, Jair Rosa Pinto e Esquerdinha. Togo Renan Soares- Kanela – 1906 – 1992 – era o técnico, que se destacou no basquete, com 14 títulos cariocas – 10 consecutivos – e dois Mundiais com a seleção brasileira, em 1959 e 1963.
REPETECOS – Durval terminou o ano seguinte (1949) marcando cinco gols nos 6 x 2 sobre o Corinthians, amistoso em 22 de dezembro, em São Januário (Maracanã só foi inaugurado em 1950). No jogo 1.125 da história do Flamengo, Durval fez quatro gols nos 5 x 3 no Olaria, amistoso em 20 de março de 49, na Rua Bariri. Durval marcou três gols nos 6 x 0 no Canto do Rio, pelo Campeonato Carioca, em 10 de julho de 49, no estádio da Gávea.
O JOGO DOS 7 – Foi no jogo 1.191 do Flamengo, no domingo, 29 de abril de 1950, que Durval chegou ao recorde, até hoje não igualado, de 7 gols, no incrível 13 x 1 no Goytacaz (com z, na grafia da época). O time: Garcia, Newton e Job; Biguá, Bria e Valter Miraglia; Aloísio, Arlindo, Durval, Beto e Esquerdinha. Os outros gols foram de Arlindo (2), Aloísio (2) e Esquerdinha (2), ponta que Zagallo sucedeu no primeiro tri no Maracanã, em 1953-54-55.
ARTILHEIRO 13 – A média de gols de Durval no Flamengo foi de 0,95/jogo. Presença constante na área, finalizava sempre de primeira – era ambidestro – e fez 124 gols em 130 jogos, tornando-se o décimo terceiro artilheiro da história do clube. Destacou-se como terceiro artilheiro do Flamengo nos anos 40, com 113 gols: 42 gols em 1949 e 44 gols em 1950, somados aos 27 que marcou como vice-artilheiro do time em 1948.
DURVAL Correia Nunes nasceu em 4 de agosto de 1925, em Maceió, onde morreu em 19 de julho de 1982. Em 130 jogos pelo Flamengo, entre 14/1/1948 e 18/3/1951, 73 vitórias, 25 empates, 32 derrotas. Não fez gol e foi substituído em seu último jogo – 4 x 2 no São Paulo, no Maracanã –, em 18 de março de 1951. O time: Claudio, Juvenal e Pavão; Valter Miraglia, Bria e Bigode; Nestor, Hermes, Durval (Índio), Adãozinho e Esquerdinha.
BOM LEMBRAR – O técnico Flavio Costa, bicampeão em 49-50 no Vasco, estava de volta ao Flamengo, que tinha também dois da final da Copa de 50: Juvenal e Bigode. Os gols foram de Adãozinho (2), excelente atacante gaúcho, Hermes e Valter Miraglia, que depois seria técnico dos juvenis. Os gols do São Paulo foram de Bibe e Ponce de Leon, que depois se casaria com Dulce Rosalina, primeira chefe de torcida, em 1956, aos 22 anos, quando criou a Renovascão.
Fotos: Historiador do Futebol