Quando escrevi, em matéria do dia 3 de janeiro de 2020, sob o título O RETROCESSO DO ATLÉTICO MINEIRO, não foram poucas as críticas que recebi por dizer que Rafael Dudamel, ex-goleiro e técnico da seleção da Venezuela, nada teria a acrescentar, e que a contratação dele, muito pelo contrário, era um retrocesso do clube, bem pior do que a pífia campanha que havia feito em 2019.

NO INÍCIO DA TARDE desta última quinta (27) de fevereiro, menos de dois meses depois de tê-lo contratado, o Atlético Mineiro anuncia a demissão, um dia depois de eliminado pelo Afogados da Ingazeira FC, de Pernambuco, na primeira fase da Copa do Brasil, e uma semana após a eliminação da Copa Sul-Americana pelo Union Santa Fé, da Colômbia. 

SEM QUALIDADE – Dei a merecida ênfase ao escrever que o Atlético Mineiro estava retrocedendo, baseando-me em que, por mais respeito que mereça, nenhum técnico venezuelano é capaz de dar qualidade a qualquer time brasileiro. A Venezuela é o único dos doze países da América do Sul que jamais conseguiu se classificar para uma das 21 Copas do Mundo, desde 1930. Penso que o retrospecto diz tudo.

LONGO PRAZO – Rafael Dudamel, de 47 anos, dirigiu o Atlético Mineiro em 10 jogos: 4 vitórias, 4 empates e as duas derrotas desastrosas que eliminaram o time, em uma semana, de duas competições. Ao contratá-lo, o Atlético frisou que “Dudamel desenvolveria um trabalho de longo prazo”, daí ter assinado até o fim de 2021. Todo dia faço questão de aprender mais, sempre muito maisE aprendi hoje – 27 de fevereiro de 2020 -, que longo prazo pode ser reduzido a menos de dois meses. Foi o tempo que o técnico Dudamel ficou no Atlético Mineiro. 

Foto: DOUGLAS MAGNO/AFP via Getty Images