Não se pode esperar tanta mudança nos jogos da noite desta última quarta de 2020, em que São Paulo, Grêmio, América e Palmeiras estarão tentando a vaga na final da Copa do Brasil, em comparação com o que apresentaram nos jogos de ida em que a tônica foi o equilíbrio, bem refletido nos resultados. Só o Grêmio, que venceu em casa, pode se ater à vantagem do empate. América e Palmeiras terão que se empenhar bem mais para evitar que outro empate os leve a decidir nos pênaltis.
MOTIVAÇÃO – Se o Palmeiras ganhou três das quatro finais, em 98, 2012 e 2015, e só perdeu a primeira, em 96, e entra focado no quarto título, com certeza a motivação do América não é menor. Afinal, seria o primeiro da Série B a disputar a decisão da Copa do Brasil, em que o campeão é o único com vaga certa na fase de grupos da Libertadores. Só a vaga na final vale um prêmio que o clube jamais recebeu, e só for campeão, extrapola todos os limites.
DIFERENTE – Claro que o valor a receber por ser finalista, e mais ainda pelo título, aumenta a motivação da outra semifinal. Mas, do ponto de vista técnico, São Paulo e Grêmio estão em situação diferente. 21 vezes campeão paulista, 6 vezes campeão brasileiro, duas vezes consecutivas campeão da Libertadores e do Mundial de clubes, o São Paulo não tem a Copa do Brasil no imenso salão de troféus do Morumbi. Perdeu a única chance na final de 2000 com o recordista Cruzeiro.
É EXATAMENTE o Cruzeiro, seis vezes campeão, que o Grêmio quer igualar, depois de ganhar a última Copa do Brasil em 2016. Costuma-se dizer, e não sem razão, que o Grêmio é copeiro e tem um técnico que nasceu sob o signo dos títulos, e não à toa, é o único da história do clube, campeão da Libertadores como jogador e técnico, e autor dos gols do título mundial, que lhe valeu uma estátua, em tamanho natural, na entrada principal da Arena Grêmio.
A NOITE DAS semifinais promete. Não há dúvida de que o carioca Bruno Arleu Araújo, terminando a primeira temporada com a insígnia da FIFA, já renovada para 2021, apitará no Morumbi um grande São Paulo x Grêmio, e que o goiano Wilton Pereira Sampaio, bem cotado para a Copa do Mundo de 2022, dirigirá no Independência um grande América x Palmeiras. O futebol merece finalistas de alto nível na decisão da trigésima primeira Copa do Brasil disputada desde 1989.
Imagem: Portal Morada