Repetindo 1951, quando conquistou o primeiro Mundial de clubes, ao vencer (1 x 0) a Juventus, campeã da Itália, o Palmeiras ganhou ontem (30), no Maracanã, sua segunda Copa Libertadores, derrotando o Santos, na terceira decisão entre brasileiros, por 1 x 0, gol de cabeça do atacante Breno Lopes, aos 53 minutos do segundo tempo. Campeão em 1999, na decisão com o Deportivo Cali, da Colômbia, o Palmeiras igualou-se ao Flamengo, Cruzeiro e Internacional, com dois títulos.
MAIS TÍTULOS – O Palmeiras também foi campeão no Maracanã do torneio internacional do IV Centenário do Rio em 1965, goleando (5 x 2) na final a seleção do Paraguai. Também no Maracanã, o Palmeiras ganhou o terceiro dos seus 10 títulos de campeão brasileiro, em 1967, ao vencer no jogo desempate o Nautico por 2 x 0, gols de Cesar Lemos e Ademir da Guia. No domingo, 7/3/1965, o ponta Gildo marcou aos 9 segundos o gol mais rápido no Maracanã, nos 4 x 1 do Palmeiras no Vasco, pelo Rio-São Paulo.
SÓ ELOGIOS – Árbitro FIFA durante doze anos e presidente da Liga Portuguesa desde 2015, Pedro Proença, lisboeta de 50 anos, mandou mensagem digital se congratulando com o Palmeiras por ser o novo campeão da América e elogiou o técnico: “Abel Ferreira elevou o talento do nosso futebol e do país”. Jesualdo Ferreira, de 74 anos, técnico do Santos em 14 jogos, de janeiro a agosto de 2020, e atual técnico do Boavista, disse sobre Abel Ferreira: “Estudioso e inteligente, tem grande futuro”.
NOVO REI DA AMÉRICA – Na primeira página de hoje (31) do jornal esportivo Record, de Lisboa: “Abel Ferreira, novo rei das Américas”, com a foto do técnico com a bandeira de Portugal nas costas e segurando a taça. Em outra foto, o técnico e o goleiro Weverton, que participou de todos os 13 jogos, ajoelhados e se abraçando no gramado do Maracanã. O jornal escreve que “foi o momento mais marcante e expressivo das comemorações”, e dá ênfase ao choro do técnico durante toda a festa.
SEM SURPRESA – A segunda decisão da Libertadores em jogo único, não apresentou surpresa. Tenso, pegado, entradas duras, 35 faltas, a primeira logo aos 26 segundos; sete cartões amarelos e técnico expulso, a meu ver, no único erro do árbitro argentino Patrício Loustau, que aplicou bem a lei da vantagem e deixou o jogo mais corrido, apesar da temperatura em torno de 40 graus. Palmeiras e Santos mostraram bom condicionamento fisico, mantendo o ritmo intenso do início ao fim.
SEM FALHA – Santos e Palmeiras ocuparam bem os espaços, sem falha na marcação, ultrarrápidos nos contra-ataques, quase sempre pelas pontas, mas não deram sequer um chute em gol no primeiro tempo. Como era preciso decidir, na volta do intervalo o jogo ficou mais objetivo, e os técnicos tentaram melhorar com as substituições. Na primeira aos 28, Lucas Braga aumentou a força ofensiva do Santos, ao entrar no lugar do meia Sandry, de 18 anos, o mais novo do jogo.
PRECISÃO – Cinco minutos depois de tirar Zé Rafael e colocar Patrick de Paula, que marcou e apoiou mais, o técnico do Palmeiras fez a mudança que mais deu certo: Breno Lopes no lugar de Gabriel Menino, aos 39. O ataque criou mais, até definir o jogo, já nos acréscimos, aos 53 minutos. Rony foi preciso na cobrança de falta e Breno Lopes mais ainda na impulsão para cabecear no ângulo esquerdo, sem que o goleiro John Victor sequer fizesse tentativa de defesa.
WEVERTON, Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gomez (cap) e Matias Viña; Danilo, Zé Rafael (Patrick de Paula), Gabriel Menino (Breno Lopes) e Raphael Veiga (Alan Empereuer); Rony (Felipe Melo) e Luiz Adriano. Os campeões da Libertadores 2020 ganharam 10 jogos, empataram 2 e perderam 1, marcaram 33 gols e sofreram 6. Desde a primeira Libertadores que disputou em 1961, a melhor campanha do Palmeiras, time brasileiro que mais jogou (197), venceu (108) e fez gols (363).
SANTOS – John Victor, Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Wellington); Alison (cap), Diego Pituca e Sandry (Lucas Braga); Marinho, Kaio (Jorge Madson) e Soteldo. Time brasileiro com mais títulos (3) da Libertadores, junto com o São Paulo, o Santos disputou a quinta final, igualando-se ao Grêmio e ao próprio Palmeiras. O recordista brasileiro de finais é o São Paulo com seis participações. Marinho recebeu o troféu de melhor jogador da Libertadores 2020.
35 FALTAS – Palmeiras 1 x 0 Santos registrou 35 faltas, 18 do Palmeiras, que teve Marcos Rocha, Gustavo Gomez e Matias Viña advertidos com cartão amarelo; os do Santos foram Soteldo, Diego Pituca, Alison e Lucas Veríssimo, que fez o último jogo e está se transferindo para o Benfica. O árbitro foi injusto ao expulsar o técnico Cuca, aos 50 do segundo tempo, porque ele só quis pegar a bola para Marcos Rocha bater o lateral. Cuca e Marcos Rocha foram campeões da Libertadores, em 2013, no Atlético Mineiro.
Foto: LECO VIANA/ESTADÃO CONTEÚDO