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Os muitos e importantes títulos, ganhos no Brasil, na Europa e na Ásia, como jogador e técnico, não deixaram Toninho Cerezo, da geração de craques da Copa de 82, esquecer o início da carreira vitoriosa de campeão amazonense no Nacional, quando estava na lista de dispensa do Atlético Mineiro. Hoje, 21 de abril de 2020, em que completa 65 anos, o parceiro de Sócrates, Zico e Falcão no meio-campo da seleção, entra no túnel do tempo. E recorda.

HEXACAMPEÃO – A grande coleção de títulos de Cerezo inclui o hexacampeonato mineiro, de 78 a 83, no Atlético, já campeão em 76. As Copas da Itália em 84 e 86 na Roma e em 88 e 89 na Sampdoria, também campeão italiano 90-91; a Recopa Europeia em 90, e a Supercopa da Itália em 91. Na volta ao Brasilcampeão paulista em 92; da Libertadores em 93; da Recopa Sul-Americana em 93 e 94, e o bi Mundial de clubes em 92 e 93, no São Paulo FC.

NACIONAL FC – O técnico Barbatana, do Atlético Mineiro, contratado pelo Nacional em 73, levou garotos para montar o time, que pela primeira vez, em 74, estaria no Campeonato Brasileiro. Entre outros, Lacy, Danival, Campos, Ângelo, Luis Florêncio e Cerezo, que ia ser dispensado. Em 74, mais um: Paulo IsidoroO time foi campeão amazonense e entrou com moral no Brasileiro, sem perder para nenhum paulista nos jogos em Manaus.

NO CORAÇÃO – Cerezo foi do início da era Vivaldão, estádio pré-inaugurado pela seleção brasileira, que fez escala em Manaus, na viagem à Copa de 70 no México. O tempo passou, mas ele não esquece: “Foi uma bênção o Barbatana me levar para o Nacional porque o Atlético ia me dispensar. Ganhei motivação em Manaus, que guardo com carinho no coração, pelo apoio maravilhoso, especialmente dos torcedores do Nacional”.

TAMBAQUI – Cerezo recorda que em Manaus, após os treinos em Adrianópolis, antiga Vila Municipal, bairro elegante da sede do Nacional FC, ganhou muito com a alimentação saudável dos melhores peixes de água doce do Brasil: “Comia muito tambaqui e tucunaré, ricos em proteína, que só me ajudaram a ganhar mais massa muscular. Gostava também da banana de Manaus, que não sei explicar, mas é mais gostosa que a de outros lugares”.

HISTÓRICO – Em seu primeiro ano como técnico, aplicando tanto do que aprendeu em campo, quanto com as lições dos treinadores, Toninho Cerezo, então aos 44 anos, levou o Vitória, no ano de seu centenário (13/5/1899), ao inédito terceiro lugar do Brasileiro de 1999. Ganhou (5 x 4) do Vasco, no jogo considerado o melhor da história do Barradão, e perdeu, nas semifinais, do campeão Palmeiras: “O salário do Edmundo pagava todo o nosso time”…

OS TÍTULOS – Fora do Brasil, Cerezo não poderia ter estreia mais vitoriosa. Foi bicampeão japonês e da Copa do Imperador, em 2000 e 2001, e da Liga Japonesa em 2000 e 2002 no Kashima Antlers. Nos Emirados Árabes, em 2007 e 2008, bicampeão no Al-Shabab. Bom lembrar:aos 41 anos, Cerezo encerrou a carreira de 24 anos – 451 jogos, 77 gols pelo Atlético -, em jogo com o Milan (2 x 2), em 24/1/97, no Mineirão, na festa do centenário de Belo Horizonte, onde nasceu. Muita coisa boa para lembrar, sem esquecer os deliciosos peixes de Manaus.

Foto: A Crítica, Tarde de Pacaembu, Caciopédia, Twiter, Pinterest, Tuttoasroma e Superesportes.