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Do grupo de seis treinadores do Brasileiro 2020, com mais de 50 anos, o novo técnico do Flamengo é o sexto mais velho. O canceriano Domènec Torrent, espanhol de 58 anos, nascido em 14 de julho de 1962, é só 3 meses e 11 dias mais novo que o taurino Dorival Junior, paulista de 58 anos, nascido em 25 de abril de 1962 em Araraquara. Nas pesquisas políticas, diriam que há “empate técnico” entre Domènec e Dorival.

SEXTO EUROPEU, PRIMEIRO ESPANHOL

Domènec Torrent foi meia, nos anos 80, dos inexpressivos Guixols e Olot, da terceira divisão. Tornou-se assistente de Guardiola, em 2006-07, no time B do Barcelona, e com ele se manteve na equipe principal, até 2012, antes da saída para o Bayern de Munique e o Manchester City. Em junho de 2018, Torrent substituiu o ex-volante senegalês Patrick Vieira, técnico do New York FC, com 18 vitórias em 35 jogos. Saiu em novembro de 2019 e só conseguiu outro clube, o Flamengo, em julho de 2020.O novo técnico, sem nenhum título, chega apenas como uma espécie de genérico de Guardiola, cujo estilo planeja implantar no Flamengo, priorizando o futebol de toque, com velocidade, boa marcação e equilíbrio entre defesa e ataque. Domènec Torrent, décimo segundo treinador estrangeiro, assume o Flamengo com a responsabilidade de manter os títulos de seu antecessor.

IDENTIDADE DO FURACÃO

Dorival Junior está completando 18 anos como treinador, desde que dirigiu a Ferroviária, pela primeira vez, em 2002, após 13 anos em campo como um volante que tanto marcava quanto apoiava bem. Seu objetivo, em sete meses de trabalho, é resgatar a identidade do Athletico Paranaense, que em 2018 ganhou a Sul-Americana e em 2019 a Copa do Brasil, mas no retrovisor do Brasileiro, o único título está no distante 2001 e ele entende que o clube e a torcida não podem esperar mais.Sete vezes campeão estadual como treinador, Dorival Junior ainda tenta um título da Série A, depois de ganhar a Série B em 94 com o Juventude, de Caxias do Sul, e em 2009 com o Vasco. Bom lembrar: 10, dos 13 anos em campo, foram com a camisa do Palmeiras, em 157 jogos. Ele é sobrinho de Dudu, que formou com Ademir da Guia o meio-campo da Academia palmeirense.

TÍTULO QUE RENATO NÃO TEM

O virginiano Renato Portalupi, nascido em 9 de setembro de 62, em Guaporé, na Serra gaúcha, é o único a ter estátua em tamanho natural na entrada do estádio do Grêmio. Ponta pentacampeão de 489 jogos e 196 gols, ganhou a Libertadores e o Mundial de clubes, com o gol do título, na final de 83 com o alemão Hamburgo. Técnico desde 2000, pelas mãos do amigo Bris Belga, que o levou ao Madureira, ganhou a Libertadores 2017 e a Recopa Sul-Americana 2018.O título que o técnico Renato Gaúcho não tem é o de campeão brasileiro. Tem os gaúchos de 18 e 19, e os vice da Libertadores 2008 com o Fluminense e 2013 com o Grêmio. Como jogador, entrou para a história do futebol mundial por ser o único a ter feito um gol de barriga em decisão, ganhando para o Fluminense o título de 95, ano do centenário do Flamengo.

MANCÍNI NÃO ACEITA RETROCESSO

Do segundo dia de Escorpião, o paulista Vagner Mancini, nascido em Ribeirão Preto, em 24 de outubro de 1966, volta à Série A com o Atlético Goianiense e não aceita o retrocesso do time, atual campeão e catorze vezes ganhador do título goiano; ganhou a Série C em 90 e 2008, e a Série B em 2016. Aos 53 anos, ex-volante, foi campeão da Libertadores em 95 com o Grêmio, e é técnico desde 2004, com quatro títulos estaduais e quer o primeiro brasileiro. Diz, com orgulho, que dirigiu Vasco e Botafogo.

NEY FRANCO, CINCO TÍTULOS DEPOIS

Canceriano do último dia, o mineiro Ney Franco, nascido em 22 de julho de 1966, em Vargem Alegre, no colar metropolitano do Vale do Aço, está otimista com o Goiás no Brasileiro de 2020, após terminar a boa campanha de 2019 em décimo, bem no meio da classificação. No conceito dele, pensar no primeiro título da Série A não é utopia para um técnico de 54 anos, experiente e contando com um grupo de jogadores aplicados. Ney vê o campeonato bem nivelado.Sem retrospecto como jogador, Ney Franco iniciou como técnico interino do Cruzeiro em 2004 e logo no ano seguinte ganhou seu primeiro título com o Ipatinga, campeão mineiro de 2005, em que poucos acreditavam, ainda mais em final com o favorito Cruzeiro, tricampeão. Na sequência, ele ganhou com o Flamengo a Copa do Brasil 2006 e o Carioca 2007, e depois a Série B com o Coritiba, em 2010, e a Sul-Americana com o São Paulo, em 2012.

NADA DE REPETIÇÃO DO SUSTO

O virginiano Guto Ferreira, último dos seis técnicos do Brasileiro 2020 a passar dos 50 anos, nascido em 7 de setembro de 1965, em Piracicaba, importante centro cultural do interior paulista, quer duas coisas em seus primeiros meses como técnico do Ceará: ganhar a Copa do Nordeste nas finais de hoje (1) e terça (4) com o Bahia, e evitar a repetição do susto de 2019, quando o Ceará, décimo sexto, só ficou à frente dos rebaixados Cruzeiro, CSA, Chapecoense e Avaí. Guto Ferreira não tem retrospecto como jogador, mas aprendeu como técnico na base do XV de Piracicaba, em 93, e evoluiu no Internacional até assumir o time principal em 2002. Ganhou três campeonatos do interior paulista, com a Ponte e o Mogi, e seis títulos estaduais.

Fotos: Divulgação