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NA VITÓRIA CATEGÓRICA do Atlético sobre o River por 3 x 0, na noite de ontem (18), no Mineirão, o futebol brasileiro é o primeiro com três times nas semifinais, desde a primeira Libertadores em 1960. O recorde com 100% só depende do Fluminense, que precisa ganhar hoje (19) do Barcelona, no estádio Monumental de Guaiaquil, por diferença de dois gols, ou empatar em 3 x 3 ou mais gols, depois de 2 x 2 no primeiro jogo no Maracanã. 

PINTURA DE GOLS – O Atlético tinha a vantagem do empate, pela vitória por 1 x 0 no jogo em Buenos Aires, mas iniciou como se precisasse vencer por muitos gols, atacando sob forte pressão, e já saiu para o intervalo com 2 x 0. A primeira pintura da noite foi o gol do meia-atacante argentino Matias Zaracho, de 23 anos, aos 23 minutos, com um voleio maravilhoso, após o cruzamento sob medida de Hulk, artilheiro do time na temporada, com 17 gols em 39 jogos.

POR COBERTURA – O segundo gol começou com o lançamento longo do goleiro Everson, com a mão direita, para o atacante venezuelano Savarino, que evoluiu do próprio campo e deu assistência para Hulk encobrir o goleiro Franco Armani com um toque de alta categoria, aos 34 minutos. Os mais de 17 mil torcedores foram ao delírio e gritaram seu nome em coro. O terceiro gol, aos 16 do segundo tempo, foi o segundo de Zaracho, completando de cabeça o cruzamento de Savarino.

GRANDE FEITO – O Atlético Mineiro foi o primeiro brasileiro a eliminar, na mesma competição, o Boca e o River, segundo e terceiro maiores campeões da Libertadores. Outro argentino, o Independiente, é recordista com sete títulos. Seis vezes campeão e cinco vezes vice, o Boca foi eliminado nas oitavas de final por 3 x 1 nos pênaltis, após dois 0 x 0. Quatro vezes campeão e três vezes vice, o River tentava a quinta semifinal consecutiva, depois de ser duas vezes campeão e uma vez vice nas últimas seis Libertadores.

SEMIFINAL BRASILEIRA – Atlético e Palmeiras decidirão quem irá à final da Libertadores 2021, com Flamengo e Barcelona ou Fluminense, que disputarão a última vaga, na noite de hoje (19), no Equador. Em 61 anos de Libertadores, só houve três finais entre equipes do mesmo país: em 2005, quando o São Paulo se tornou o primeiro brasileiro a ganhar três títulos, com 4 x 0 sobre o Athletico Paranaense, no Morumbi; em 2020, quando o Palmeiras venceu o Santos por 1 x 0, no Maracanã, e em 2018, quando o River ganhou do Boca por 3 x 1, no estádio do Real Madrid.

50 VITÓRIAS – Com a melhor campanha da fase de grupos – cinco vitórias, três empates -, o Atlético terá a vantagem de continuar fazendo o segundo jogo como mandante. O primeiro da semifinal com o Palmeiras será no Allianz Parque, em São Paulo, dia 21 de setembro, e o segundo, dia 28, no Mineirão. Campeões pela única vez em 2013, o Atlético e o técnico Cuca tentam o segundo título. A vitória sobre o River foi a de número 50 em 101 jogos na Libertadores.

SEMIFINALISTAS – Everson, Mariano (Guga), Natan Silva, Junior Alonso e Arana; Allan (Rever), Jair (Tchê Tchê) e Zaracho; Savarino, Hulk (Keno) e Vargas – o Atlético do técnico Cuca, empolgado com a campanha do time, que também lidera o Campeonato Brasileiro, após nove vitórias consecutivas. O atacante Diego Costa, apresentado ontem (18), assistiu os 3 x 0 e saiu empolgado com a reação dos mais de 17 mil torcedores. Aos 32 anos, o Atlético será o primeiro time brasileiro da carreira do artilheiro sergipano de Lagarto, depois de 15 anos na Europa.

BAGUNÇA TOTAL – Depois de 530 dias e 90 jogos sem torcida, o Atlético voltou a ter público, com 30% da capacidade do Mineirão, que registrou 17.010 pagantes. Apesar de todas as restrições das autoridades sanitárias, a maioria dos torcedores não cumpriu exigências do uso obrigatório de máscara nem de distanciamento. Bem antes de duas horas do início do jogo, a bagunça foi total, com aglomeração fora e dentro do estádio. Bom lembrar: o último jogo do Atlético, com torcida, havia sido na vitória (2 x 1) sobre o Cruzeiro, em 7 de março de 2020, com mais de 58 mil pagantes.

Foto: Bolavip