A Juventus ganhou neste penúltimo sábado (20) de abril o oitavo Campeonato Italiano consecutivo, recorde histórico nos seis principais campeonatos europeus, ao vencer (2 x 1, de virada) a Fiorentina, na Arena Juventus, em Turim, diante da lotação completa de 42 mil torcedores. O time chegou aos 87 pontos, com 28 vitórias, 3 empates, 2 derrotas, ataque mais positivo (67) e defesa menos vazada (23), faltando ainda cinco rodadas. O segundo com mais títulos consecutivos é o Bayern de Munique, seis vezes campeão e bem próximo do heptacampeonato alemão.
ALEX SANDRO – A Juventus só precisava do empate, mas sofreu o gol logo aos seis minutos, em chute forte do zagueiro sérvio Nikola Milenkovic, de 21 anos, 1,95m. O lateral-esquerdo Alex Sandro, de 28 anos, 1,81m, paulista de Catanduva – titular da seleção brasileira -, fez o gol de empate aos 38, completando de cabeça, no peixinho, o escanteio do meia bósnio Miralem Pjanic, no canto do goleiro francês Alban Lafont, de 20 anos, 1,93m, uma das revelações da temporada italiana.
A VIRADA – Na volta do intervalo, a Juventus dominou até o fim e conseguiu o gol do título logo aos oito minutos, marcado contra pelo zagueiro German Pezzella, de 27 anos, 1,90m, ao desviar o cruzamento de Cristiano Ronaldo para o meia italiano Federico Bernardeschi no meio da área. Mesmo com a vantagem e com o título, que só dependia do empate, a Juventus seguiu comandando o jogo e só não goleou por conta de grandes defesas do goleiro Alban Lafont.
OS OCTACAMPEÕES – Szczesny, João Cancelo, Bonucci, Rigani e Alex Sandro; Pjanic (Betancur, 19 do segundo tempo), Matuidi, Emre Can e Bernardeschi (Moise Kean, 30 do segundo tempo); Juan Cuadrado (De Sciglio, 41 do segundo tempo) e Cristiano Ronaldo. O time é dirigido pelo ex-meia Massimiliano Allegri, de 51 anos, jogador de 84 a 2003 e técnico desde 2014, quando iniciou no Milan, saindo então para a Juventus, ganhando os últimos cinco dos oito campeonatos consecutivos. Allegri não teve como evitar que os jogadores o jogassem na piscina do vestiário para comemorar o título…
Bom lembrar: o único técnico brasileiro da história da Juventus de Turim foi o carioca Paulo Amaral, preparador-físico da seleção que ganhou as duas primeiras Copas do Mundo, em 1958 e 1962.
TERCEIRO PRÊMIO – Antes do jogo, Cristiano Ronaldo recebeu o prêmio de melhor de março do campeonato, o segundo do ano, após ganhar em janeiro. O de fevereiro foi do meia argentino Paulo Dybala, outro destaque do time, muito aplaudido pelos torcedores, nem parecendo que quatro dias antes havia sido eliminado da Liga dos Campeões da Europa. Presidente desde 2010, Andrea Agnelli, dono da Fiat, disse que o clube vai continuar investindo para reforçar o time na campanha 2019-2020.
O RECORDISTA – Aos 121 anos, fundada em 1/11/1897, a Juventus ganhou o título 35 de campeã e chegou ao recorde de 67, na soma dos nacionais e internacionais, participante do Campeonato Italiano desde 1900. O primeiro título foi em 1905 e antes do octacampeonato deste sábado (20 de abril), a Juventus havia sido penta de 1930-31 a 1934-35. Seus três títulos invictos foram em 57-58, 81-82 e 2011-12. É o clube italiano com mais torcida (76,2%) e o décimo da Europa com 15 milhões de torcedores.
OS NOTÁVEIS – Na galeria de notáveis da Juventus há o paulista Altafíni, atacante que jogou no Palmeiras nos anos 50-60 como Mazzola, na mesma época do meia gaúcho Sidney Cunha (Chinesinho). Mazzola iniciou na seleção brasileira no primeiro título mundial em 58 e depois foi substituído por Vavá. O meia argentino Omar Sívori, de 57 a 65, com 174 gols, a maioria de falta, foi outro notável estrangeiro, primeiro melhor do mundo da Juventus, assim como o francês Michel Platini, na década de 80.
Entre os italianos, o maior artilheiro do clube, Alessandro del Piero – 290 gols em 705 jogos, entre 93 e 2012 -, superando Gianpiero Boniperti, uma das lendas da Juventus. Uma lenda tipo Gianluigi Buffon, hoje aos 41 anos, no PSG, o goleiro italiano recordista em 974 minutos sem sofrer gol, o que parecia impossível depois que Sebastiano Rossi, de 93 a 94, ficou 929 minutos, após doze títulos no Milan. De Paris, Buffon mandou a mensagem: “Continuate a scrivere una storia fantastica”.
EX-FLUMINENSE – O meia canhoto Gerson, de 20 anos, nascido em Belford Roxo, município do Rio de Janeiro, foi o único brasileiro em campo no time da Fiorentina e também o único do jogo a receber cartão amarelo do árbitro Fabrizio Pasqua, que marcou 22 faltas (13 da Juventus), por agarrar o colombiano Juan Cuadrado, que corria para o contra-ataque. Gerson foi vendido pelo Fluminense à Roma, que o emprestou em 2018 à Fiorentina, e o terá de volta ao fim do atual campeonato.
A Fiorentina sofreu a nona derrota em 33 jogos e é o time que mais empatou (16) no atual campeonato, em que só ganhou oito jogos, o último em 17 de fevereiro (4 x 1 na SPAL, em Ferrara). Décimo com 40 pontos, a equipe da cidade de Florença, onde se convive com a cultura na Itália, marcou 47 gols e sofreu 41. Bom lembrar: Sebastião Lazaroni, campeão no Flamengo e no Vasco, foi o último brasileiro a dirigir a Fiorentina, após comandar a seleção na Copa do Mundo de 1990 na Itália.
A PÁSCOA – A Federação Italiana de Futebol mantém a tradição de não programar jogos para o Domingo de Páscoa. A rodada 35 foi realizada neste sábado (20) – Genoa 0 x 1 Torino, Parma 1 x 1 Milan, Lazio 1 x 2 Chievo, Cagliari 1 x 0 Frosinone, Bologna 3 x 0 Sampdoria, Udinese 1 x 1 Sassuolo, Empoli 2 x 4 SPAL e Inter 1 x 1 Roma. O vice-lider Napoli, com 67 pontos, 20 abaixo da octacampeã Juventus (87), concluirá a rodada na próxima segunda (22), em casa, com o Atalanta, sexto com 53 pontos.
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