Escolha uma Página

POUCOS SE LEMBRAM que Pelé também foi goleiro, menos ainda, que não sofreu gol nos quatro jogos em que vestiu a camisa 1 do Santos. O primeiro, na vitória por 4 x 2 sobre o Comercial, de Ribeirão Preto, na noite da 4ª feira, 4 de novembro de 1959, na Vila Belmiro, pela 9ª rodada do 2º turno do Campeonato Paulista.

NA ÉPOCA, NÃO HAVIA substituição, mesmo em caso de contusão. O goleiro paranaense Carlos Pierin, o Lalá, bateu um tiro de meta, torceu o tornozelo e teve que sair. Pelé já havia feito 1 x 0, e foi para o gol, faltando 26 minutos. O Santos vencia por 3 x 2 e ele fez cinco boas defesas. O ponta Dorval marcou o 4º gol.

DOMINGO, 19 de junho de 1964, estádio do Pacaembu, Taça Brasil. Santos 1 x 0, Pepe, aos 6; o Grêmio virou, com 2 de Paulo Lumumba e Marino. Pelé fez o 2º, 3º e 4º. Gylmar xingou o árbitro argentino Teodoro Nitti e foi expulso aos 41. Pelé foi o goleiro nos 4 minutos finais, fez duas boas defesas e manteve Santos 4 x 3.

4ª FEIRA, 14 de novembro de 1969. Festa das faixas do Botafogo, bicampeão da Paraíba, Santos 3 x 0, Manuel Maria (2) e Pelé, inaugurando refletores do estádio Almeidão, em João Pessoa. O técnico Antoninho pediu, o goleiro Jair Estevão simulou contusão e Pelé o substituiu nos 15 minutos finais, com três defesas. Tudo para que não fizesse o gol 1000, que marcou cinco noites depois, no Maracanã. Com muito mais repercussão mundial. 

O ÚLTIMO JOGO DE PELÉ GOLEIRO foi muito especial porque ele marcou o único gol olímpico de sua carreira, aos 13 minutos, com chute de curva, enganando o goleiro Phillips. Os 12.582 torcedores vibraram no Memorial Stadium, na noite daquela 3ª feira, 19 de junho de 1973, em Baltimore, a maior cidade do estado de Maryland. O Santos goleou o Baltimore Bays por 4 x 0, com outro gol do Rei e 2 gols de Eusébio.

PELÉ FOI GOLEIRO nos nove minutos finais, quando o carioca Claudio, revelado no Bonsucesso, saiu contundido. O time do último jogo do Rei como goleiro e do único em que fez gol olímpico: Claudio (Pelé), Vicente, Marinho Peres, Marçal (Turcão) e Zé Carlos; Leo Oliveira e Pitico; Jair da Costa (Adilson), Eusébio, Pelé (Nelsi) e Ferreira. Técnico – Pepe. 

PELÉ QUERIA SER GOLEIRO. Ele era superfã de Bilé, seu ídolo de infância, goleiro do Vasco, de São Lourenço, bela estância hidromineral do Sul de Minas. Bilé jogou com Dondinho, pai de Pelé, exímio cabeceador e artilheiro dos anos 40, que só disputou campeonatos amadores. O apelido foi adaptado para Pelé, que passou a atacante. Ainda bem.

Foto: Gazeta Esportiva