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O Brasil manteve os 100% de aproveitamento com nove pontos na liderança isolada das eliminatórias, mas o 1 x 0 da noite de ontem (13) sobre a Venezuela, no estádio do Morumbi, foi a antítese do futebol brasileiro: sem imaginação, sem criatividade, sem acerto de passe, sem finalização, sem chutar de meia distância. Não à toa, uma seleção que já não motiva mais o torcedor, pela falta de valores e de exibições capazes de convencer. Uma seleção sem a verdadeira cara do futebol brasileiro.

SEM SURPRESA – Já se esperava que Everton Ribeiro fosse a referência e ele correspondeu, tanto pela faixa direita do campo, quanto na esquerda, na volta do intervalo, quando Pedro e Everton já deveriam ter entrado, e não só aos 32 do segundo tempo, depois de inexplicáveis minutos de espera à beira do gramado. Douglas Luiz foi mal, e o rendimento não melhorou ao ser substituído por Lucas Paquetá, que mostra por que não se firmou no Milan. A seleção sentiu muito a falta de Neymar.

O GOL 16 – Com o gol de Roberto Firmino, aos 22 do segundo tempo, o Brasil escapou do primeiro 0 x 0 com a Venezuela nas eliminatórias. Foi o gol 16 que marcou em 47 jogos, desde a estreia na seleção, nos 4 x 0 do amistoso com a Turquia, em 11 de novembro de 2014, em Istambul. Bom lembrar: Firmino é o maior artilheiro brasileiro da Premier League e o sexto maior do Liverpool, com 56 gols, desde 2015, quando foi comprado do alemão Hoffenheim, com 51 gols em 153 jogos, desde 2011.

BOM DIZER – Numa noite em que seu gol decidiu o jogo, Firmino merece outras citações: terceiro maior artilheiro do Liverpool em torneios europeus com 16 gols;terceiro brasileiro a fazer três gols em um jogo (hat-trick) no Campeonato Inglês (2018); os outros foram Robinho (Tottenham, 2008) e Lucas Moura (Tottenham, 2019)Aos 29 anos, nascido em Maceió, Firmino foi o segundo alagoano a fazer gol em Copa do Mundo, nos 2 x 0 no México, em 2 de maio de 2018, depois de Zagallo na Copa de 58.

RECONHECEU – Na entrevista coletiva após o jogo, o técnico Tite reconheceu: “Senti falta do lance individual, aquele capaz de desequilibrar o jogo. Nossa posse de bola foi improdutiva porque pouco ameaçamos”. Matheus Bacchi, de 31 anos, filho e assistente técnico de Tite, emendou: “A seleção só teve quatro dias de treinos, pouco para se ajustar e criar para vencer retrancas bem armadas, quando já se sabia que a Venezuela viria com o único propósito de se defender”.

SINAL DE ALERTA – Depois de assistir o Uruguai vencer (3 x 0) fora de casa a Colômbia, o técnico Tite ligou o sinal de alerta para o jogo da próxima terça (17) em Montevidéu porque invencibilidade e liderança do Brasil estão sob ameaça. O Brasil tem 9 pontos e Equador, terceiro, e Uruguai, quarto, 6. A vice-líder Argentina, com 7, pode assumir a liderança, em caso de tropeço do Brasil, porque seu próximo adversário, o Peru, não assusta: antepenúltimo, sem vitória, em sua pior campanha.

SELEÇÃO DO TÉDIO – São duras as críticas do MARCA, principal jornal esportivo da Espanha, em sua edição deste sábado (14): “O jogo da seleção brasileira foi de causar tédio”- e até usou frase em inglês: “No Neymar, no party” (Sem Neymar, sem festa), e citou o meia Philippe Coutinho, para lembrar que o Brasil se ressentiu de um jogador criativo. O jornal escreveu também: “O Brasil “morou”no campo da Venezuela, mas, sem a magia de Neymar, foi incapaz de impor ritmo e precisão aos seus ataques”.

VITÓRIA 37 – Brasil 1 x 0 Venezuela foi a vitória de número 37 do técnico Tite em 51 jogos, desde os 3 x 0 no Equador, em seu primeiro jogo, em 1 de setembro de 2016. Com ele, o Brasil empatou 10 jogos e perdeu 4. Tite é o nono técnico que mais dirigiu a seleção (51 jogos), depois de Zagallo (135), Parreira (112), Dunga (85), Aymoré Moreira (63), Vicente Feola (57), Flávio Costa (56), Telê Santana e Luis Felipe Scolari (53).

ÚNICO CARTÃO – Brasil 1 x 0 Venezuela teve boa arbitragem do paraguaio Juan Benitez, de 38 anos, que só aplicou um cartão amarelo em jogador da seleção brasileira: Douglas Luiz, aos 30 do primeiro tempo, por atingir a cara do atacante Rondon com o braço, em disputa pelo alto. Casseres, Rincon e Machís foram os venezuelanos advertidos. O árbitro, com auxílio do VAR, anulou bem o gol de Richarlison, por impedimento de Renan Lodi, que fez o cruzamento.